Três pesquisadoras da Unesc são contempladas no edital “Mulheres + Pesquisa” da Fapesc

O trabalho visa fortalecer a pesquisa em biodiversidade no estado.

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21/08/2025 13h26 - Atualizado há 9 horas
5 Min

Três professoras pesquisadoras da Unesc foram contempladas no programa Mulheres + Pesquisa – 2ª Edição, iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) que apoia projetos científicos, tecnológicos e de inovação liderados por mulheres em Santa Catarina.

O edital busca fortalecer a pesquisa em biodiversidade no estado, apoiar a formação de recursos humanos, a digitalização de dados, a educação científica e ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.

As contempladas são: a diretora de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu na Unesc, Sabrina Arcaro, com o projeto Desenvolvimento de Ferramenta Baseada em Inteligência Artificial para Predição de Propriedades Morfológicas em Membranas Eletrofiadas Aplicadas à Engenharia Tecidual; Almerinda Tereza Bianca Bez Batti Dias com o projeto Competitividade e Crescimento Econômico no Sul Catarinense: Mensuração e Avaliação da Eficiência e do Desenvolvimento Tecnológico; e Maria Inês da Rosa com o projeto Genotipagem Do Papiloma Vírus Humano (HPV) como Estratégia Inovadora no Rastreamento do Câncer Cervical: um Estudo Transversal.

Para a reitora em exercício Gisele Silveira Coelho Lopes, a conquista das três pesquisadoras demonstra não apenas a qualidade científica produzida na Unesc, mas também reforça a importância de investir continuamente em Pesquisa.

“Mais do que gerar conhecimento, iniciativas como essa transformam realidades, promovem desenvolvimento social e econômico, e criam soluções capazes de impactar positivamente a vida das pessoas”, enfatizou.

Criação de curativos funcionais

Sabrina enfatizou que receber a aprovação desse projeto é uma conquista muito especial.

“Ele está diretamente conectado aos trabalhos de mestrado e doutorado do nosso grupo, que há anos vem se dedicando ao desenvolvimento de biomateriais. O que estamos desenvolvendo é uma ferramenta baseada em inteligência artificial para predizer as propriedades morfológicas de membranas eletrofiadas. Na prática, significa criar curativos funcionais que fazem muito mais do que proteger uma ferida. Eles podem acelerar a regeneração, prevenir infecções, liberar medicamentos de forma controlada e até ajudar a monitorar a cicatrização. É ciência aplicada diretamente para melhorar a vida das pessoas”, disse.

Conforme ela, o projeto aprovado é fruto de um trabalho que nunca se faz sozinho.

“Ele representa o empenho de toda a equipe, mestrandos, doutorandos, colegas pesquisadores e colaboradores de áreas multidisciplinares que contribuem com conhecimento, dedicação e muitas horas de laboratório. Também é reflexo do ambiente de incentivo à Pesquisa que encontramos na Unesc, que nos dá condições para transformar ideias em soluções concretas”, mencionou.

“O apoio da Fapesc será fundamental para avançarmos nessa linha, integrando experimentos e modelagem computacional para acelerar o desenvolvimento e aproximar essa tecnologia da aplicação real na área da saúde. Mais do que um recurso financeiro, é um voto de confiança na ciência que se faz em Santa Catarina e no potencial de impacto que ela pode gerar”, comentou Sabrina.

Avanço no rastreamento do câncer

A professora Maria Inês também destacou a relevância do edital. Ela explica que a pesquisa busca avaliar a genotipagem do HPV como método primário para o rastreamento do câncer do colo do útero, empregando tecnologias mais sensíveis e modernas do que o tradicional exame de Papanicolau, no atendimento realizado pelo Serviço de Saúde da Mulher de Criciúma. 

“O câncer cervical ainda é uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil, especialmente nas regiões mais vulneráveis. Muitas vezes, o diagnóstico ocorre tardiamente, exigindo tratamentos complexos e onerosos. Nosso projeto busca justamente antecipar esse diagnóstico, utilizando testes de DNA-HPV por PCR em tempo real, que oferecem maior sensibilidade e podem reduzir os custos e o sofrimento associados ao tratamento do câncer em estágio avançado”, disse Maria Inês.

“Além disso, estamos estudando o uso da autocoleta, uma estratégia inovadora que permite à própria mulher coletar a amostra, de forma segura e eficaz, ampliando o acesso ao exame, especialmente para aquelas que enfrentam barreiras geográficas, culturais ou de tempo. Com esse estudo, esperamos gerar evidências científicas robustas para subsidiar políticas públicas de rastreamento mais eficazes, acessíveis e alinhadas às recomendações internacionais. O apoio da Fapesc é fundamental para viabilizar essa pesquisa aplicada, com impacto direto na saúde da mulher, na equidade em saúde e na sustentabilidade do SUS. Como mulher, médica, pesquisadora e educadora, fico extremamente feliz em ver um edital que reconhece a importância de investir em ciência liderada por mulheres e voltada para as mulheres. Que essa iniciativa sirva de inspiração para outras pesquisadoras e que possamos, juntas, transformar realidades por meio da ciência”, argumentou ela.

Desenvolvimento do Sul

Já o projeto da professora Almerinda Tereza Bianca Bez Batti Dias tem como foco avaliar o crescimento e a competitividade dos municípios e setores econômicos do Sul catarinense, por meio da medição da eficiência econômica e do grau de desenvolvimento tecnológico, delineando estratégias para o fortalecimento das cadeias produtivas locais. 

“O principal resultado esperado é a construção de um índice de eficiência econômica e de um indicador de desenvolvimento tecnológico em nível municipal e setorial, além da disponibilização desses dados em um painel interativo de consulta pública”, disse.

“Esta pesquisa será realizada em parceria com o nosso Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e de Inovação da Unesc e com bolsistas femininas. Queremos oferecer dados concretos que ajudem a orientar decisões estratégicas e políticas de fomento, fortalecendo o desenvolvimento regional”, destaca Bianca.

 


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