A menopausa é uma fase natural da vida da mulher, marcada pelo fim do período reprodutivo e por importantes mudanças hormonais, especialmente a queda da produção de estrogênio. Embora seja um processo esperado, ele traz impactos significativos na saúde física, emocional e na qualidade de vida. Tudo isso exige uma atenção especial de diferentes áreas da medicina.
No Hospital São José de Criciúma, especialistas reforçam que o acompanhamento multidisciplinar, envolvendo ginecologista e cardiologista, por exemplo, é importante para garantir mais qualidade de vida, prevenir doenças e orientar tratamentos de forma segura e individualizada.
“A irregularidade no ciclo é um dos primeiros sinais da menopausa, seguida de sintomas como irritabilidade, alterações no sono e os famosos calorões. Essas ondas de calor, conhecidas como fogachos, podem ocorrer mesmo em dias frios e afetam o bem-estar. Além disso, há alterações na libido, ressecamento vaginal e mudanças no sistema cardiovascular, aumentando o risco de eventos como infarto e derrame”, detalha a ginecologista Dra. Ana Claudia Zimmermann (CRM 19938 | RQE 14739).
De acordo com a especialista, a menopausa também impacta o sistema osteoarticular e a saúde cognitiva, sendo fundamental avaliar cada paciente de forma global. Em todo esse processo, a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) surge como uma grande aliada, quando bem indicada e trabalhada com atenção e cuidado pelos profissionais.
“A TRH melhora sintomas como calorões e distúrbios do sono, além de beneficiar o humor, a cognição e a saúde óssea e muscular, mantendo a independência por mais tempo. Pacientes com baixo risco cardiovascular que fazem reposição tendem a viver mais e melhor. Hoje, as diretrizes não limitam mais o tempo de uso, desde que não haja contraindicação e o acompanhamento com o cardiologista é decisivo para essa segurança”, afirma a Dra. Ana Claudia.
O olhar do coração: por que o cardiologista é indispensável
Segundo a cardiologista Dra. Amanda Cirimbelli Bolan (CRM 17784 | RQE 14930), a queda do estrogênio provoca mudanças importantes no organismo, como aumento da gordura abdominal, alterações no colesterol e maior risco de osteoporose.
“Essas alterações elevam significativamente o risco de doenças coronarianas. Por isso, exames preventivos e acompanhamento regular são importantes. Quando a reposição hormonal é indicada, ela precisa ser feita no momento certo, em pacientes adequadas, e sempre em conjunto com o ginecologista, para escolher a melhor forma de administração e o tempo de uso”, orienta.
No entanto, alguns sinais merecem atenção.
“O cansaço, palpitações, intolerância ao exercício e dor ou desconforto no peito na menopausa devem ser investigados com cuidado, pois podem indicar problemas cardiovasculares”, aponta Dra. Amanda.
Riscos do uso inadequado de hormônios
Outro ponto que merece atenção é o uso indiscriminado de hormônios por pessoas jovens com fins estéticos.
“O uso de esteroides anabolizantes em doses elevadas pode causar hipertrofia ventricular, insuficiência cardíaca, arritmias e aumento do risco de infarto e AVC. É muito importante diferenciar reposição hormonal de uso estético e buscar sempre orientação médica qualificada”, alerta.
Um cuidado que vai além da consulta
Para as especialistas, adotar hábitos saudáveis é parte fundamental desse cuidado.
“Enfatizo também a importância da realização de exames preventivos, da busca por profissionais qualificados e de mudanças comportamentais como medidas efetivas no combate à menopausa. Priorize tempo para prática de exercícios físicos, dieta equilibrada e ingestão hídrica adequada. Evite o tabagismo, uso abusivo de álcool e siga o seu tratamento de forma regular. São medidas fundamentais no combate as doenças cardiovasculares, com toda a certeza a nossa prioridade é o seu bem-estar”, esclarece Dra. Amanda.
“A menopausa é um momento de transformação, mas também de oportunidade para cuidar mais da saúde. O trabalho conjunto entre ginecologista e cardiologista garante que a mulher passe por essa fase com mais segurança, vitalidade e qualidade de vida”, complementa Dra. Ana Claudia.