Um estudo inovador, publicado na revista científica Nature Medicine, revelou que um pulmão de porco geneticamente modificado permaneceu funcional por um período de nove dias após ser transplantado em um humano com morte encefálica, acontecimento registrado pela primeira vez na história.
Os pesquisadores destacam que esse avanço abre novas possibilidades para a medicina, especialmente em relação ao uso de órgãos de animais em transplantes humanos. A técnica aplicada, conhecida como xenotransplante, surge como uma solução promissora para a crescente escassez de órgãos disponíveis para transplantes, utilizando modificações genéticas nos órgãos antes do procedimento.
Este marcante transplante entre espécies segue pesquisas anteriores que já demonstraram a viabilidade de transplantes de rins, corações e fígados de porcos modificados geneticamente para humanos. No entanto, os cientistas enfatizam que persistem desafios significativos, como a rejeição do órgão e potenciais infecções, o que torna essenciais análises rigorosas antes que essa técnica possa ser aplicada em humanos vivos.
No caso estudado, o receptor humano, um homem de 39 anos que sofreu uma hemorragia cerebral, recebeu um pulmão de um porco com seis modificações genéticas. O órgão demonstrou boa viabilidade e funcionalidade durante as 216 horas de monitoramento, sem indicar sinais de rejeição ou infecção.