Câncer antes considerado raro cresce entre jovens, saiba qual é

Estudo mostra que a incidência mundial deste tipo de câncer triplicou para nascidos após 1980 e quadruplicou para nascidos após 1985

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15/09/2025 14h45 - Atualizado há 5 horas
3 Min

 

 

O câncer de apêndice, uma forma rara de tumor, tem se tornado mais frequente em consultórios ao redor do mundo. Até recentemente, a condição era pouco conhecida tanto pelo público em geral quanto por médicos, sendo predominantemente diagnosticada em idosos. Entretanto, novos dados mostram um crescimento significativo de casos em pessoas mais jovens.

Estudos revelam que a incidência do câncer de apêndice tem aumentado, especialmente entre indivíduos com menos de 50 anos. Um estudo publicado na Annals of Internal Medicine em junho recente apontou que a incidência deste tumor triplicou entre pessoas nascidas após 1980 e quadruplicou entre aqueles nascidos após 1985, se comparado a dados de indivíduos nascidos em 1945.

Embora o aumento nos diagnósticos seja evidente, o estudo não identifica uma causa específica para essa mudança. A elevação nas taxas de cânceres gástricos é uma tendência observada recentemente, e a alteração nos grupos afetados pelo câncer de apêndice tem confundido especialistas.

“Os números ainda são pequenos, mas agora quase um em cada três casos ocorre em adultos com menos de 50 anos”, alerta o professor Justin Stebbing, da Universidade Anglia Ruskin, em artigo no The Conversation.

O que é o apêndice?

O apêndice é um pequeno tubo, com cerca de 10 cm de comprimento, ligado ao intestino grosso. Durante anos, ele foi visto como um órgão vestigial, considerado inútil, mas pesquisas recentes demonstraram que ele desempenha um papel importante na manutenção da saúde digestiva. O apêndice abriga bactérias benéficas que ajudam na digestão e oferecem proteção contra diarreias severas.

A inflamação do apêndice, conhecida como apendicite, é uma condição que requer cirurgia e pode levar à ruptura do órgão se não tratada. Além da apendicite, o apêndice pode estar sujeito a outras doenças, incluindo o raro câncer de apêndice. A apendicectomia, cirurgia para remover o apêndice, é um procedimento comum e seguro, e viver sem o apêndice geralmente não causa problemas significativos à saúde digestiva.

Como ocorre o câncer de apêndice?

A função do apêndice ainda gera debates entre especialistas. O tipo mais comum de câncer neste órgão é o tumor neuroendócrino, conhecido como tumor carcinóide. Embora sua incidência seja considerada baixa, com apenas de 0,2 a 0,5 casos por 100 mil habitantes, a dificuldade de diagnóstico pode resultar em casos avançados ao serem detectados.

“Devido ao seu caráter indolente, o câncer de apêndice pode evoluir sem sintomas. É crucial que pacientes com dores abdominais persistentes investiguem a possibilidade de câncer, não apenas apendicite, para que a doença seja diagnosticada precocemente”, enfatiza o médico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.

Os sintomas iniciais do câncer de apêndice podem ser vagos e frequentemente se confundem com outras condições. Os pacientes podem sentir dor abdominal, inchaço ou acúmulo de líquido no abdômen. O diagnóstico é obtido por meio de exames como biópsia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassonografia. O tratamento mais comum envolve cirurgia oncológica.

Fatores de risco associados ao câncer de apêndice incluem o tabagismo e histórico familiar de câncer, além de condições médicas pré-existentes, como gastrite atrófica e anemia perniciosa, que podem afetar a saúde do estômago e seu funcionamento adequado.


FONTE: Com informações do Metrópoles
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