Complicações após retirada de dentes do siso levam jovem à morte

Especialistas alertam sobre a importância de protocolos rigorosos antes, durante e depois do procedimento

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15/09/2025 16h41 - Atualizado há 3 horas
3 Min

O falecimento do vendedor Luan Vinicius Alves Gonzaga, de 32 anos, gerou grande comoção na última semana. Ele morreu devido a um choque séptico e uma infecção generalizada originada de um procedimento de extração de dente siso realizado em uma clínica de Goiânia.

O procedimento ocorreu no dia seguinte ao seu aniversário. Após a extração, Luan começou a sentir intensas dores e inchaço na área operada. Nos dias seguintes, ele enviou à esposa mensagens descrevendo seu sofrimento. Embora a família tenha alertado a clínica sobre a situação, a única orientação recebida foi entrar em contato com a secretária do dentista responsável. O estado dele se deteriorou rapidamente, resultando em sua internação na UTI, onde permaneceu entubado por 13 dias até o falecimento.

A morte de Luan revela os riscos associados a uma cirurgia frequentemente considerada simples, mas que exige precisão técnica e cuidado contínuo. Os dentes do siso, ou terceiros molares, normalmente nascem entre os 17 e 25 anos. Muitas vezes, eles ficam impactados por falta de espaço, gerando inflamações, dores e infecções. A remoção é frequentemente necessária, porém o sucesso do procedimento depende de uma avaliação cuidadosa e de um acompanhamento rigoroso posterior à cirurgia.

Especialistas alertam que exames de imagem, um histórico clínico detalhado e a verificação de condições de saúde, como diabetes e alergias, são essenciais para minimizar os riscos durante a intervenção. A anestesia adequada, a assepsia e técnicas que minimizam o trauma são determinantes para evitar complicações. Contudo, é no pós-operatório que os maiores desafios se apresentam: dores intensas, inchaço e sangramentos são comuns nos primeiros dias, mas a sua persistência ou intensificação pode ser um sinal de alerta grave.

Para a odontóloga Márcia Luz, é crucial monitorar a linha entre uma recuperação normal e potencialmente grave. “Cada etapa deste processo, desde a avaliação inicial até o pós-operatório, requer rigor e empatia. O paciente deve sentir que seus relatos de dor são levados a sério e que existem protocolos estabelecidos para tratar dor, infecção e emergências. O dentista deve orientar claramente ao paciente o que deve ser feito a cada sinal de alerta”, afirma.

O especialista Ricardo Oliveira complementa que a comunicação eficaz é fundamental para evitar desfechos fatais. “A comunicação entre profissional e paciente é essencial. O dentista deve fornecer instruções por escrito, além de números de contato em caso de emergência. Por outro lado, cabe ao paciente seguir rigorosamente as orientações, não subestimar sintomas e buscar ajuda ao notar qualquer agravo”, ressalta.

Casos como o de Luan demonstram que complicações como alveolite seca e infecções locais, quando não tratadas rapidamente, podem evoluir para uma sepse grave. Embora não sejam comuns, essas situações exigem preparação da equipe odontológica e vigilância constante por parte do paciente.

 


FONTE: Com informações do Léo Dias
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