Professores do IFSC em Criciúma recebem pena de prisão por assédio a alunas
Penas variam entre quatro e seis anos de prisão.
Imagem Ilustrativa
Dois professores do campus Criciúma do Instituto Federal de Educação de Santa Catarina (IFSC) foram condenados por assédio sexual contra alunas, recebendo penas de prisão e perda do cargo público. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (25) pelo Ministério Público Federal (MPF) e confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre.
Segundo nota do IFSC, a instituição tomou ciência dos casos em 2020 e iniciou um processo administrativo disciplinar. Os docentes foram demitidos em 2022, após a conclusão do procedimento.
As vítimas eram menores de idade na época dos crimes. Um dos professores recebeu pena de quatro anos de prisão, enquanto o outro foi condenado a seis anos. Além da prisão, ambos perderam o cargo, medida que impede o retorno a funções de confiança ou contato com o público, principalmente em ambientes educacionais.
As investigações foram conduzidas pelo MPF em parceria com a Polícia Federal (PF). Durante o processo, foram ouvidas testemunhas e vítimas, realizados interrogatórios dos acusados e analisados dados de quebras de sigilo eletrônico.
Os dois processos ainda tramitam em segredo de Justiça, conforme determinado pelo tribunal.
O que diz o IFSC
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) tomou ciência dos fatos em 2020, por meio de denúncia, e imediatamente tomou as medidas cabíveis, instaurando processo administrativo disciplinar. A comissão apurou os fatos, dando o direito à ampla defesa e contraditório, e concluiu pela pena máxima, de demissão, em 2022.
Cabe esclarecer que a condução dos casos na esfera judicial não é de competência do IFSC.
Mesmo antes do fato ocorrido, a instituição já vinha trabalhando em instrumentos de prevenção e combate aos diferentes tipos de assédios e violências, até chegar na aprovação da Política de Prevenção e Combate ao Assédio Moral, ao Assédio Sexual e às Violências do IFSC, um importante marco em sua trajetória institucional. A política tem como objetivo central construir um espaço educacional livre de violências, assegurando dignidade e bem-estar a servidores, estudantes e colaboradores. O documento é resultado do trabalho de debates com contribuições de todos os câmpus e da Reitoria.
Desde o lançamento da Política, a capacitação da comunidade acadêmica foi tratada como prioridade estratégica e executada em diferentes níveis institucionais, incluindo um ciclo de formação que mobilizou servidores e estudantes, combinando encontros presenciais e atividades on-line. A temática da prevenção ao assédio e às violências também esteve e segue presente em semanas pedagógicas, eventos institucionais e formações locais.