A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu a investigação sobre a queda do balão que resultou na morte de oito pessoas, em Praia Grande, no Extremo-Sul catarinense.
O acidente ocorreu em 21 de junho, e o resultado do inquérito foi divulgado na madrugada desta quarta-feira (8).
De acordo com o relatório final, não foi identificada nenhuma conduta humana dolosa ou culposa — ou seja, não houve ação ou negligência que tenha provocado o incêndio durante o voo.
Dessa forma, ninguém foi indiciado como responsável pela tragédia.
O acidente
Na ocasião, 21 pessoas participavam do passeio de balão quando as chamas começaram logo após a decolagem, por volta das 7h da manhã.
O extintor que estava a bordo não funcionou, o que impossibilitou o controle do fogo.
Com o avanço das chamas, o balão começou a descer.
Treze pessoas conseguiram saltar ou foram projetadas para fora antes da estrutura tocar o solo.
As oito vítimas fatais não tiveram a mesma sorte: quatro morreram carbonizadas dentro do cesto, e outras quatro perderam a vida após saltar de aproximadamente 45 metros de altura.
Os bombeiros registraram a ocorrência pouco depois das 8h, dando início a uma das maiores mobilizações de resgate aéreo e terrestre já vistas na região.
A investigação
Durante os quase quatro meses de apuração, mais de 20 pessoas foram ouvidas, entre sobreviventes, testemunhas, o piloto, representantes da empresa fabricante do balão e da fornecedora do extintor.
Além disso, laudos periciais especializados e análises de vídeos do momento da queda ajudaram a reconstruir a sequência dos fatos.
Segundo a Polícia Civil, o conjunto de provas e perícias não demonstrou qualquer ato intencional ou falha humana direta que tenha causado o incêndio.
Com isso, o inquérito foi encerrado sem indiciamentos.
As vítimas:
Confira na íntegra a nota da Polícia Civil:
A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu o inquérito policial instaurado para apurar o acidente ocorrido em 21 de junho de 2025, no município de Praia Grande (SC), que envolveu um balão com 21 ocupantes, resultando em oito mortes e treze sobreviventes.
O procedimento foi conduzido pelo delegado de Polícia Rafael de Chiara, titular da Delegacia de Polícia de Santa Rosa do Sul, com apoio de outras unidades da região e de diversos órgãos periciais.
Ao longo da investigação, foram ouvidas mais de 20 pessoas, entre sobreviventes, testemunhas, piloto, representante dos fabricantes do balão e do extintor que estava a bordo. Também foram produzidos diversos laudos periciais especializados que auxiliaram no esclarecimento das causas e circunstâncias do acidente (laudos de necrópsia, laudos de identificação por arcada dentária, análise de substâncias nas vítimas, perícia em parte de óculos de sol que poderia conter gravação do acidente, criminalística de local e laudo de engenharia). De acordo com o relatório final, o conjunto das provas não comprovou a existência de conduta humana dolosa ou culposa que tenha dado causa ao incêndio em voo.
Diante das conclusões periciais e da ausência de elementos que caracterizem crime, o inquérito policial foi concluído sem indiciamento.
Conforme prevê a legislação penal, o inquérito policial é presidido pelo delegado de Polícia, autoridade responsável por avaliar os elementos de prova e decidir, de forma técnica e fundamentada, sobre o indiciamento ou não de investigados.
