O padre Cléber Pagliochi, de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, precisou publicar uma nota oficial em suas redes sociais para esclarecer um mal-entendido inusitado: ele não irá atender aos pedidos de oração pela alma de Odete Roitman, personagem interpretada por Débora Bloch na novela Vale Tudo.
Segundo o vigário, as mensagens começaram a chegar já na segunda-feira (6), logo após a exibição da cena da morte da personagem. Diversos fiéis enviaram pedidos de oração pedindo que Odete fosse “salva pelos erros que cometeu” na trama.
Na nota divulgada nesta quarta-feira (8), o padre explicou que, por mais marcante que a vilã seja na memória popular, a oração cristã deve sempre se dirigir a pessoas reais.
Veja:
Em entrevista ao g1, Cléber contou que os pedidos chegaram por aplicativos de mensagem e pelas redes sociais. Ele disse ter decidido publicar a nota como uma forma de provocar reflexão sobre a importância de distinguir realidade e ficção.
“A dificuldade, às vezes, de separar o que é real e o que é ficção acaba tomando conta do nosso mundo. Fiz a nota também para provocar essa reflexão humana. Claro que novela e teatro são importantes, inspiram muitas pessoas, mas é preciso saber discernir”, comentou.
A morte de Odete Roitman
A aguardada cena da morte da personagem foi exibida na segunda-feira (6). Na trama, a CEO da TCA leva um tiro em sua suíte, vestindo um conjunto cinza — uma homenagem à roupa usada por Beatriz Segall na versão original de 1988.
Na primeira exibição, o mistério sobre quem matou Odete Roitman se tornou um fenômeno nacional e entrou para a história da teledramaturgia brasileira. O crime foi ao ar na véspera de Natal e mobilizou o país por 11 dias, até a revelação do assassino. Na época, o sucesso foi tão grande que a emissora recebeu quase 2,5 milhões de cartas com palpites do público.