Mais uma vez, o mistério apareceu no meio da plantação. Uma figura geométrica gigante surgiu em uma propriedade de Ipuaçu, no Oeste de Santa Catarina, e reacendeu o debate anual que mistura extraterrestres, cordas, estacas e muita imaginação.
O novo “agroglifo” foi visto nesta segunda-feira (3) em uma lavoura de trigo. A cidade, que já é conhecida como a “capital dos agroglifos”, atrai todos os anos curiosos, turistas e ufólogos que tentam entender como — e por quê — esses desenhos surgem sem aviso.
A Prefeitura de Ipuaçu confirmou o registro e destacou que o fenômeno ajuda a movimentar o turismo e a imprensa.
“Mistério, tradição e curiosidade: os agroglifos seguem colocando Ipuaçu entre os principais destaques nacionais e internacionais”, publicou o município.
O lado científico da história
Pesquisadores afirmam que a explicação é bem mais simples do que parece. Segundo o astrônomo Diego Debastiani, os desenhos seguem padrões básicos — círculos e linhas retas — e podem ser feitos com cordas e estacas, sem ajuda de naves espaciais.
“É geometria plana. Nenhum ser de outro planeta cruzaria galáxias inteiras para desenhar um círculo no trigo”, ironizou o especialista.
Já o servidor da Epagri/Ciram, Sydney Kavalco, lembra que os agroglifos sempre aparecem entre outubro e novembro, quando o trigo está no ponto ideal para ser dobrado sem quebrar.
E os que acreditam em ETs?
O ufólogo Luiz Prestes, que acompanha o fenômeno há anos, acredita que ainda há mistério no ar — ou melhor, nas lavouras. Ele afirma que a figura tem cerca de 100 metros de diâmetro e que não há sinais de pegadas ou equipamentos no local. Para ele, o surgimento pode estar ligado a luzes estranhas observadas antes do desenho.
Uma tradição de outro mundo
Desde 2008, Ipuaçu — cidade de pouco mais de 4 mil habitantes — coleciona aparições desse tipo. Quase todo fim de outubro, os moradores já esperam a visita dos “artistas interplanetários” ou, quem sabe, de algum agricultor com talento para geometria.
Seja qual for a explicação, o fato é que o mistério continua firme no calendário local, rendendo teorias, boas histórias e ótimas fotos entre o trigo do Oeste catarinense.