A mesatenista Bruna Costa Alexandre vive mais um momento histórico em sua carreira. Depois de se tornar a maior medalhista do Brasil no tênis de mesa paralímpico e a primeira atleta paralímpica a disputar os Jogos Pan-Americanos, ela foi convocada para disputar as Olimpíadas de Paris, em julho.
A atleta será a primeira brasileira na história, entre homens e mulheres, a disputar uma edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Natural de Criciúma, Bruninha, como é carinhosamente conhecida, iniciou sua trajetória vitoriosa em projetos sociais da Fundação Municipal de Esportes (FME) de Criciúma, onde foi revelada. "A Bruna é do nosso projeto. Na época, nós tínhamos treinos no Centro Comunitário do bairro Ceará, do lado da casa dela. O irmão dela já treinava comigo e ela ia lá ver ele jogar. Ela começou a treinar, ficou e permaneceu conosco até 2012", relembra o técnico de tênis de mesa da FME de Criciúma, Alexandre Ghizi.
Para Bruninha, o trabalho desenvolvido pela FME de Criciúma no início de sua carreira foi fundamental para chegar ao patamar atual. "Eu não sabia se era isso que eu queria, porque fazia futsal e skate. Eu comecei entrando com o pessoal do olímpico, da equipe do Alexandre Ghizi, e foi bem difícil me adaptar para sacar com um braço e ao estilo e nível do olímpico. Eu tinha sete anos e jogava com o pessoal mais velho. Isso fez toda a diferença para, hoje, eu estar em um nível muito legal. Se eu não começasse no olímpico em Criciúma, seria muito difícil estar na Seleção Olímpica", destaca.
A mesatenista criciumense salienta que o trabalho desenvolvido na base faz toda a diferença para um atleta. "Eu vejo que tenho uma base muito boa e isso me ajudou muito. Eu consegui evoluir tanto treinando em Criciúma com o projeto da FME, que com 13 anos, quando entrei no paralímpico, eu estava ganhando de todo mundo já, jogando os estaduais, Jogos Abertos, Joguinhos... Eu consegui realizar um grande sonho na minha carreira, que era conseguir ganhar os Jogos Abertos", revela.
Para o antigo treinador da atleta olímpica e paralímpica, era esperado que ela fosse chamada para participar de uma Olimpíadas. "No final de 2011, começo de 2012, ela foi para São Caetano, onde treinou por um tempo, até ir para o Centro de Treinamento Paralímpico, onde está hoje. Diferente do paralímpico, que tem uma seleção permanente, o olímpico é só por convocações. Ela já tinha conseguido ir para a Seleção Olímpica infantil e juvenil. Então, ela fazia parte do projeto, treinava e viajava com a gente. Ser convocada, agora, é quase que natural", ressalta Ghizi, que também é constantemente convocado pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).
A atleta criciumense conta que o apoio que recebeu da FME de Criciúma foi fundamental para além dos treinamentos. "Quando eu deixei Criciúma, tive que aprender a morar sozinha, me virar cada vez mais. O projeto da FME me ajudou, me incentivou. Isso faz toda a diferença. O Alexandre Ghizi sempre me apoiou, é um dos melhores técnicos que tem no Brasil. Ele é muito inteligente e estudioso. É por isso que também trabalha com a CBTM. É um dos técnicos principais da equipe paralímpica. A gente sempre se vê nos campeonatos nacionais e internacionais. Fico muito feliz de estar junto com ele", enfatiza.
Projeto social da FME de Criciúma Atualmente, Criciúma conta com o projeto social +Esporte +Futuro. O programa foi lançado em fevereiro de 2021 com o objetivo de democratizar a prática de atividades físicas e o lazer como direito social. As modalidades ofertadas são: basquetebol, futebol, futsal, handebol, voleibol, atletismo, natação, triathlon, ginástica artística e rítmica, jiu-jitsu, judô, karatê, taekwondo, tênis de mesa, skate, xadrez e dança de salão. O programa inclui, também, projetos esportivos em escolas, recreação e lazer.
"O projeto +Esporte +Futuro possui mais de 100 turmas em mais de 50 núcleos esportivos espalhados pela cidade e está disponível para toda a população criciumense. Para isso ser possível, temos parcerias com associações, centros comunitários, instituições privadas e escolas do município. Além disso, todas as modalidades do programa possuem alto rendimento, dando condições dos alunos seguirem uma carreira como atleta profissional", conta o presidente da FME de Criciúma, Adriano Osellame.
Para mais informações, como dias e locais de treinos, ou para se matricular no programa social +Esporte +Futuro, basta entrar em contato pelo WhatsApp, através do telefone (48) 3431-0019, ou ir até a sede da FME de Criciúma. O local funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, no Ginásio Municipal de Esportes Irmão Walmir Antônio Orsi. Mais detalhes também podem ser consultados pelo site fme.criciuma.sc.gov.br.
"Estamos com as inscrições abertas em todas as modalidades durante todo o ano. Novas turmas são abertas, conforme a demanda que temos de inscrições. Em algumas modalidades, como natação e atletismo, nós oferecemos transporte diariamente, que parte das escolas ou do Ginásio Municipal de Esportes e leva os alunos até os núcleos esportivos", completa Osellame.
"Eu vim de um projeto da FME, então, acredito que quanto mais projetos tiver, pode ser que tenha mais uma Bruna, ou melhor que uma Bruna. Eu só tenho a agradecer a FME de Criciúma que sempre me apoiou até hoje, então, muito obrigada. Recebo muitas mensagens e o técnico Alexandre Ghizi está sempre do meu lado. Eu espero que, não só eu, mas outros atletas também consigam superar todos os obstáculos, independente de ser deficiente ou não, mas acreditar que tudo é possível. Espero, também, que a gente consiga se unir cada vez mais, evoluir juntos, não só os atletas, mas as prefeituras com os projetos, e que cada vez mais cresça o esporte paralímpico e olímpico em Criciúma, no Brasil e no mundo", finaliza Bruninha.
