13/09/2024 às 11h03min - Atualizada em 13/09/2024 às 11h03min

Alfabetizada na terceira idade, moradora de SC de 89 anos escreve segundo livro

Aos 60 anos, quando sabia assinar somente o próprio nome, ela retornou às salas de aula da EJA

Com informações de NSC Total
Arquivo Pessoal/Divulgação

Aos 89 anos, Adélia Domingues Garcia da Silva já se considera “cataúcha”: uma mistura de catarinense com gaúcha. Natural de Pinheiro Machado, no Rio Grande do Sul, dona Adélia, como é conhecida, é moradora de Florianópolis, capital catarinense, há cerca de 30 anos.

Na Ilha da Magia, ela se ocupa com atividades de ginástica, grupos de leitura de idosos e estudos no Núcleo de Estudos da Terceira Idade (Neti) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde concluiu a alfabetização.

O Neti da UFSC, onde ela aprendeu a ler e escrever, é um dos 27 polos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de Florianópolis. Aos 12 anos de idade, dona Adélia teve que abandonar a escola porque tinha que trabalhar na roça e ajudar a mãe com as tarefas de casa.

Mesmo assim, ela não desistiu da alfabetização: aos 60 anos, quando sabia assinar somente o próprio nome, ela retornou às salas de aula da EJA, na capital catarinense, com o desejo de escrever um livro que contasse sua história.

Em “Construída em retalhos”, dona Adélia conta a trajetória de vida, desde a infância até a terceira idade.

— Eu chamo de “caderninho”, porque é tão curtinho — brinca a idosa.

Para escrevê-lo, ela contou com a ajuda das professoras, que escreviam de acordo com a narração dela. O livro teve 20 cópias, que ela distribuiu entre familiares e amigos.

— Quem quis pagar, pagou! Se não quis, ganhou. É uma história curta, mas é uma história — diz ela.

Moradora do bairro Rio Vermelho, no Norte da Ilha, ela se desloca para todos os lugares de ônibus. Nas terças-feiras, ela tem ginástica na universidade catarinense, a UFSC. Nas segundas e quartas-feiras, tem aulas da EJA, também na instituição. Além disso, depois da aula, na quarta-feira, dona Adélia tem um grupo de leitura de idosos, que fica na área central da cidade.

— Faço tanta coisa porque me faz bem. É que nem você ir trabalhar. Se eu não fizer atividade, eu fico cansada. Indo lá a gente conversa, vê gente diferente — conta dona Adélia.

Casada duas vezes, ela teve 11 filhos com o primeiro marido, que já lhe deram 30 netos, cerca de 25 bisnetos e dois trinetos. Atualmente, ela mora com um dos netos e próxima da filha, no Norte da Ilha.

Segundo livro está a caminho

Dona Adélia já está trabalhando em outro livro, que quer que saia ainda este ano, já que o “tempo é curto”, segundo ela.

Este livro deve falar da história mais recente dela, e, no processo, ela diz que recebe apoio dos familiares, amigos e das professoras, que também são suas amigas.




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