27/09/2024 às 10h29min - Atualizada em 27/09/2024 às 10h29min

Catarinense de 16 anos morre junto ao pai em ataque no Líbano

Família pretendia voltar ao Brasil, mas após a morte do pai e da filha decidiram ficar

Com informações de ND+

Uma brasileira de 16 anos de idade nascida em Balneário Camboriú, Litoral Norte catarinense, morreu em um ataque de Israel contra o Líbano ocorrido na segunda-feira (23).

Mirna Raid Nasser saiu do Brasil ainda criança e morava no Líbano desde então. Os detalhes sobre o bombardeio foram relatados com exclusividade ao ND Mais pela prima de Mirna, Jacqueline Nasser, que mora no Brasil.

De acordo com Jacqueline, o pai da jovem havia enviado a mulher e os filhos mais novos para a casa dos avós em razão do perigo que estavam vivendo. Ele e Mirna, então, foram para casa buscar pertences quando o bombardeio aconteceu.

“Acordamos com as notícias que estavam bombardeando, já tinham pessoas que tinham morrido na minha cidade. Entre 12h e 13h recebemos a notícia do bombardeio da casa do meu tio. Eles estavam na casa arrumando as coisas para poderem sair da cidade”, disse.

Após esperarem o dia inteiro por novidades, Jacqueline recebeu a notícia que o pior havia ocorrido: a prima e o tio haviam perdido a vida no ataque.

“Ficaram embaixo da casa bombardeada até o outro dia. Quando os bombardeios acalmaram um pouco, tiraram eles de lá mortos”, lamenta Jacqueline.

Segundo Jacqueline, Mirna tinha orgulho de ser brasileira. Ela era a única dos quatro irmãos nascida no Brasil. “Acho que o que mais animou ela de ser brasileira foi na copa. Ela gravava vídeos torcendo pro Brasil”, lembra a prima.

Situação é tensa no Líbano

Jacqueline diz que a família de Mirna pretendia voltar ao Brasil, mas após a morte do pai e da filha decidiram ficar, uma vez que os corpos ainda não puderam ser sepultados.

“Agora ninguém quer ir embora. Não estão conseguindo nem chegar de novo até a cidade para fazer o enterro. Eles não querem ir embora e deixar meu tio e minha prima sem enterrar”, explica.

A prima de Mirna lamenta a situação que o seu país natal vive. “Está muito perigoso. As estradas sendo bombardeadas, as casas. Minha casa até acho que não está mais lá. Até eu perdi meu direito de voltar para o meu lar e meus filhos também”, enfatiza.

Os ataques aéreos israelenses contra o Líbano deixaram, pelo menos, 492 mortos e mais de 1,6 mil feridos, incluindo crianças, nesta segunda-feira (23). O governo brasileiro condenou os ataques e recomendou aos brasileiros que deixem Beirute, o Sul do Líbano e o vale do Beqaa.

Israel e o grupo Hezbollah, do Líbano, trocam tiros na fronteira desde o ataque do Hamas e o início da guerra em Gaza, no ano passado. Porém, na última semana, Israel intensificou as operações militares no Líbano.

O ND Mais entrou em contato com o Itamaraty, que ainda não confirmou ou deu detalhes sobre a morte de Mirna.


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