Destaque nacional por registros de neve, geada e temperaturas negativas, a realidade em Urupema, na Serra catarinense, foi bastante diferente nas últimas semanas. O calor que atingiu o Estado de forma intensa não perdoou o pequeno município conhecido por ser a cidade mais fria do Brasil.
De acordo com dados levantados pela Epagri/Ciram, a maior temperatura máxima registrada em Urupema nas estações meteorológicas da instituição foi de 30,6°C, no dia 11 de fevereiro.
O número se aproxima do registro histórico na cidade, de 23 de janeiro de 2022. A maior temperatura já registrada no município foi de 32,5°C, somente 1,9°C acima da registrada neste mês.
As maiores temperaturas em Urupema durante onda de calor
11/02: 30,59°C
12/02: 30,10°C
09/02: 30,10°C
07/02: 28,83°C
25/02: 28,68°C
Santa Catarina vem enfrentando várias ondas de calor nas últimas semanas, com registro de temperaturas acima dos 40°C no Oeste e no Sul catarinense. O primeiro alerta do Inmet em relação à onda de calor foi emitido para o período de 8 a 10 de fevereiro, enquanto a primeira onda de calor identificada pela Defesa Civil foi entre os dias 10 e 14 de fevereiro.
Apesar da maior temperatura em Urupema ter sido registrada no dia 11 de fevereiro, essa não foi a data em que os moradores mais sentiram os impactos do calor. Um outro indicador, que mede o índice de calor, mostrou números ainda maiores entre os dias 16 e 17 de fevereiro. Em Urupema, esse marcador chegou a 31ºC.
O índice de calor, ou “heat index”, mostra a combinação entre a temperatura aparente do ar e a umidade relativa do ar em um determinado momento. Através de cálculos é possível chegar a uma medida para definir qual a intensidade do calor que uma pessoa sente, variando em função da temperatura e da umidade do ar. Isso explica por que sentimos mais calor em ambientes mais úmidos do que em locais mais secos, com a mesma temperatura.
Onda de calor continua?
A Epagri/Ciram e a Defesa Civil Estadual, não falam em uma nova onda de calor e sim em temperaturas bastante elevadas e um calor intenso, com altas temperaturas. Para que seja considerada onda de calor, as temperaturas máximas diárias devem ultrapassar em 5°C ou mais a média mensal durante, no mínimo, cinco dias consecutivos. Ainda, uma área ampla deve ser atingida pelo fenômeno.
A meteorologista da Epagri, Marilene de Lima, explica que entre a sexta-feira (28) e o sábado de Carnaval (1º) o calor deve ser “de lascar”, com temperaturas podendo chegar novamente aos 40°C.
Depois desse “pico” de calor, as temperaturas começam a cair, retornando para a casa dos 35°C de máxima. Uma queda maior deve ser sentida depois do dia 9 de março, quando as máximas ficam entre 28°C e 30°C.
Marilene detalha ainda que o Estado não passa por uma nova onda de calor, mas sente os reflexos da onda de calor que atinge a região Norte da Argentina e o Oeste do Rio Grande do Sul. O Oeste e Extremo Oeste são as regiões mais atingidas com um maior impacto das massas de ar quente, que elevam também as temperaturas mínimas esperadas no Estado.
Com informações da NSC Total