O avanço de novos casos de gripe aviária em diferentes regiões do mundo tem acendido alertas nas autoridades sanitárias e também entre consumidores. Embora o risco de transmissão da doença por meio da carne de frango bem cozida seja considerado muito baixo, os surtos continuam provocando o abate em massa de aves. Mas por que isso acontece? Entenda.
O que é a gripe aviária e como ela se espalha?
A gripe aviária é uma infecção causada por vírus do tipo influenza, que afeta principalmente aves, mas que, em determinadas circunstâncias, pode contaminar também mamíferos — incluindo seres humanos. A cepa mais temida atualmente é a H5N1, altamente contagiosa entre aves e com histórico de letalidade em casos humanos.
O vírus se espalha rapidamente em ambientes com alta densidade de aves, como granjas comerciais. Uma vez detectado um caso, a recomendação internacional é o abate imediato de todo o plantel infectado ou exposto, para conter a disseminação.
A carne de frango é segura para o consumo?
Sim. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com o Ministério da Agricultura do Brasil, o consumo de carne de frango e ovos é seguro desde que estejam bem cozidos. O vírus é destruído com o calor e, portanto, alimentos preparados em temperatura acima de 70°C não transmitem a gripe aviária.
Contudo, o risco não está apenas no consumo. O grande perigo é o contato com aves vivas doentes, ambientes contaminados e a possibilidade de mutações no vírus.
Por que o abate é necessário mesmo assim?
Apesar do baixo risco direto à saúde humana pelo consumo, os abates em massa são medidas sanitárias cruciais por várias razões:
Conter o surto e impedir que o vírus se espalhe para outras granjas e regiões.
Proteger a cadeia produtiva e evitar prejuízos econômicos ainda maiores.
Reduzir o risco de mutações que poderiam facilitar a transmissão entre humanos.
Manter a confiança do mercado internacional, já que o Brasil é um dos maiores exportadores de carne de frango do mundo.
Além disso, muitos países só mantêm relações comerciais com produtores que seguem protocolos rígidos de controle sanitário, incluindo o abate de animais contaminados.
Riscos em expansão: o vírus está mudando?
Nos últimos meses, o H5N1 foi detectado em mamíferos como gatos, ursos, focas e, recentemente, vacas leiteiras nos Estados Unidos. Há também registros esporádicos de infecção humana, geralmente entre trabalhadores que tiveram contato direto com animais doentes.
Essa mudança de comportamento do vírus preocupa os especialistas, que monitoram de perto qualquer sinal de adaptação para transmissão entre humanos. Até o momento, não há evidências de contágio sustentado de pessoa para pessoa, mas o alerta está ligado.
O que o consumidor deve fazer?
A principal recomendação é comprar produtos de origem confiável, seguir boas práticas de higiene e cozinhar bem carnes e ovos. Quem trabalha com criação de aves deve seguir protocolos de biossegurança e acionar órgãos de saúde animal em caso de suspeita.