Em Itajaí, uma solicitação inusitada teve repercussão na rede pública de saúde: um atendimento a uma boneca do tipo “reborn” foi registrado na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque do Agricultor.
A situação aconteceu no dia 16 de janeiro e começou quando uma mulher procurou a unidade pedindo que fosse simulada a aplicação de uma vacina na boneca da sua filha de 4 anos, a pedido da criança. Inicialmente, a médica que atendeu acreditou que se tratava da vacinação da criança e solicitou a carteira de vacinação. No entanto, ao ser esclarecida, a mulher deixou claro que o pedido se referia à boneca e que o intuito era registrar o momento para compartilhar nas redes sociais.
Os profissionais da UBS prontamente informaram que o procedimento não poderia ser realizado, uma vez que isso representaria desperdício de insumos médicos, como seringas e agulhas, destinados exclusivamente à vacinação de crianças e adultos.
Ainda assim, a mulher contestou a recusa dos profissionais, alegando que seria apenas uma questão de "abrir uma seringa e fingir que deu a vacina". Mesmo diante de sua insistência, os servidores permaneceram firmes em sua decisão de não realizar a simulação.
Com a negativa do atendimento, a mulher deixou a UBS. Na ocasião, a gestão da unidade emitiu um comunicado que alertava para a possibilidade da mulher procurar outros locais, no entanto, até o momento, não houve nova solicitação desse tipo em outras unidades de saúde.
Em relação aos hospitais estaduais, a secretaria do Estado de Saúde (SES) de Santa Catarina informou que não há registro de atendimentos relacionados a bonecas reborn.
Um projeto de lei apresentado na Câmara de Vereadores de Itajaí visa proibir o “atendimento médico para bebês reborn e outros objetos inanimados nas unidades públicas municipais de saúde”. A proposta é de autoria do vereador Beto Cunha (Republicanos), que justificou a iniciativa afirmando que o objetivo é “evitar confusões e desperdícios de recursos públicos e médicos, além de prevenir possíveis riscos à saúde pública”.
O vereador acrescentou que “milhares de crianças e adultos aguardam atendimento médico nas unidades de saúde e podem não ser atendidos devido a bonecas reborn ocupando espaço nas filas de espera”. Contudo, até o momento, não há registros em Itajaí de pessoas que tenham ficado sem atendimento decorrente de solicitações para bonecas.
O projeto será discutido na sessão da Câmara nesta terça-feira (20).