Santa Catarina em situação de emergência: taxa de ocupação de UTIs é preocupante

O estado afirmou que novos leitos estão sendo habilitados em hospitais públicos de cidades como Indaial, Criciúma e Itajaí.

  • Ir para GoogleNews
13/06/2025 16h05 - Atualizado há 2 semanas
3 Min

 

 

Nesta sexta-feira (13), Santa Catarina enfrenta um cenário alarmante, com 93,9% dos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) ocupados. Os dados são provenientes do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS do estado (Cieges/SC). Em resposta a esta crise, o governo estadual emitiu um decreto de situação de emergência na noite de quinta-feira (12). Este aumento na lotação dos hospitais está ligado à elevação dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que pode ser causada por influenza, Covid-19 ou outros vírus respiratórios.

O decreto autoriza o governo a requisitar temporariamente bens e serviços de hospitais e clínicas, públicas ou privadas, visando otimizar o atendimento à população. Esta medida terá uma validade de 180 dias e permitirá que o estado, por exemplo, utilize leitos ou ambulâncias de instituições privadas, quando necessário. “Essa ação está respaldada pela Constituição Federal e pela Lei do SUS”, explica Sabrina Sabino, médica infectologista e professora de Doenças Infecciosas na Universidade Regional de Blumenau.

Atualmente, Santa Catarina conta com 1.423 leitos de UTI ativos, dos quais apenas 87 estão disponíveis para atendimento. A situação é ainda mais crítica no Norte do estado, onde apenas cinco leitos estão desocupados entre os 290 existentes. No Oeste, há apenas dois leitos livres.

O secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, afirmou que novos leitos estão sendo habilitados em hospitais públicos de cidades como Indaial, Criciúma e Itajaí, além de negociações em andamento para ampliar a capacidade de atendimento em hospitais privados na Grande Florianópolis. Na região Sul de SC, a ocupação dos leitos de UTI é de 85,4%, com apenas 30 leitos disponíveis.

 

De acordo com a Secretaria do Estado de Saúde (SES), o decreto é uma resposta à “situação anormal” referente ao aumento dos casos de SRAG em Santa Catarina. "Os indicadores epidemiológicos demonstram um crescimento expressivo nas internações nas UTIs neonatal, pediátrica e adulta, evidenciando um risco sanitário elevado para a população", aponta a nota oficial.

Entre janeiro e a primeira semana de junho de 2025, Santa Catarina registrou mais de 1.200 casos de SRAG associados à gripe grave. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, onde foram contabilizados 932 casos, houve um aumento de aproximadamente 30%. Quanto aos óbitos, no mesmo intervalo, foram reportados 142 mortes em 2025, enquanto em 2024 esse número foi de 67.

As pessoas acima de 60 anos representam 46,9% dos casos confirmados de SRAG por Influenza, seguidas por crianças de até 4 anos, que totalizam 20,4%. A faixa etária com mais registros de óbito é a partir dos 50 anos, totalizando 124 mortes, conforme dados da SES.

 


Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp?
Entre em nosso Grupo para receber notícias em primeira mão


Siga-nos no Instagram e no Facebook
  • Ir para GoogleNews
Notícias Relacionadas »