Morre aos 38 anos Fabiana Borges Luciano, sobrevivente de uma das maiores tragédias de Criciúma

Em 2013, ela ficou ferida e perdeu a mãe e a sobrinha em um incêndio criminoso no bairro Vila Rica

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03/08/2025 15h04 - Atualizado há 7 horas
3 Min

Morre aos 38 anos Fabiana Borges Luciano, sobrevivente de uma das maiores tragédias de Criciúma
Arquivo Pessoal

Faleceu neste sábado, aos 38 anos, a moradora de Criciúma Fabiana Borges Luciano.

A despedida ocorreu na capela mortuária do bairro Linha Anta, com cerimônia seguida de sepultamento no cemitério da mesma comunidade na tarde deste domingo.

Segundo informações, Fabiana estava internada devido a uma infecção no pâncreas e não resistiu às complicações.

Sobrevivente de crime brutal

Fabiana foi uma das sobreviventes de um dos crimes mais brutais já registrados em Criciúma, ocorrido em 2013, no bairro Vila Rica.

Fotos: Douglas Saviato/Arquivo Engeplus


O crime

Na época, três criminosos invadiram a casa da família com tochas, impediram a fuga dos moradores e atearam fogo no imóvel.

Ela conseguiu escapar com a filha — ainda bebê — e com o irmão, Cléber, mas sua mãe, Luiza Borges Luciano, de 46 anos, e a sobrinha, Estefani Luciano Leandro, de nove anos, morreram carbonizadas.

O corpo da criança foi encontrado dentro de um guarda-roupa, possivelmente na tentativa de se proteger.

A mãe da menina, irmã de Fabiana, relatou em entrevista à época que ambas enfrentaram depressão e diversas dificuldades emocionais após a tragédia.

Uma das maiores penas da história judicial de Criciúma

Os autores do crime foram condenados a 96 anos de prisão, a segunda maior pena já aplicada pela Justiça em Criciúma.

A maior foi a de Raul de Oliveira, condenado a 251 anos pela explosão do prédio da Rua Henrique Lage, em 1978, que deixou 13 mortos.

Relembre o caso

Segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os criminosos cortaram a mangueira do botijão de gás, espalharam gasolina pela casa e atearam fogo. A residência foi totalmente destruída.

Luiza, que inicialmente conseguiu sair com os dois filhos, voltou para tentar salvar a neta, mas ambas não conseguiram escapar.

De acordo com os autos, os autores estavam armados com facas e pedaços de pau, e impediam a fuga dos moradores.

Durante a ação, um pano com álcool em chamas foi lançado contra Fabiana, que carregava a filha nos braços, e um vidro com álcool foi arremessado em direção ao quarto Luiza, no momento em que voltou para buscar a neta.

A motivação dos crimes, conforme está descrito no processo, seria relacionada ao tráfico de drogas, já que o filho de Luiza, Cléber, era usuário de crack e chegou a se envolver na venda para manter o vício.

Em depoimento, ele afirmou que, quatro meses antes do incêndio, estava sem usar entorpecentes e que não devia nenhuma quantia a nenhum traficante.

Consta ainda nos autos que um detento foi apontando como mandante dos crimes, já que, anteriormente, teria tentando matar Cléber, mas acabou executando outro rapaz por engano, usuário de drogas, que estava na residência – a mesma incendiada -, o que caracterizaria uma queima de arquivos, já que Luiza também estava na casa.

O curioso é que, três dias antes do incêndio na residência, ocorreu a audiência do homicídio e ele teria recebido uma ligação do presidiário para não comparecer, mas acabou indo.

O apontado como mandante e o irmão, que também estava preso na época, foram ouvidos em audiência, mas, até hoje, não houve provas conclusivas.


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