O Hospital Dom Joaquim, em Sombrio, administrado pelo Instituto Maria Schmitt (IMAS), acaba de alcançar um marco importante para a saúde no Sul de Santa Catarina: a realização do primeiro procedimento com mapeamento eletroanatômico tridimensional (3D) na região da AMESC. A conquista reforça o compromisso da unidade em investir em tecnologia de ponta e equipe qualificada para oferecer serviços de alta complexidade à população local.
O procedimento, inédito na região, representa o firme compromisso do IMAS para o avanço significativo na área da eletrofisiologia cardíaca e já coloca o Hospital Dom Joaquim no patamar de centros de referência, antes restritos a grandes cidades.
Segundo o cardiologista e eletrofisiologista responsável, Dr. Sérgio Ferreira de Ferreira Filho, a tecnologia exige uma estrutura altamente especializada, que o hospital já oferece.
“O Hospital Dom Joaquim conta com toda a infraestrutura necessária para receber esse tipo de tecnologia e realizar procedimentos de alta complexidade, como centro cirúrgico equipado, equipe capacitada e suporte hospitalar completo”, explica.
O enfermeiro perfusionista, Ederson Nunes Jacinto explica que o mapeamento eletroanatômico 3D é indicado para pacientes com arritmias cardíacas — alterações do ritmo do coração — e pode ser usado em casos como taquicardias supraventriculares e ventriculares, fibrilação atrial, síndrome de Wolff-Parkinson-White, extrassístoles ventriculares frequentes e síncopes neurocardiogênicas com indicação de cardioneuroablação.
“O procedimento é minimamente invasivo: cateteres são introduzidos por veias e guiados até o coração. Com o auxílio do sistema 3D, cria-se um modelo virtual do órgão em tempo real, permitindo identificar com precisão as áreas responsáveis pelas arritmias. Essas regiões são então tratadas com aplicação de radiofrequência (ablação)”, explanou Eder.
No caso específico da paciente atendida, o diagnóstico foi de síncopes recorrentes de origem neurocardiogênica, ou seja, desmaios causados por um desequilíbrio no sistema nervoso autônomo que controla o coração. A equipe optou pela técnica de cardioneuroablação, que visa modular os gânglios autonômicos para evitar as crises.
“Com o sistema de mapeamento 3D, conseguimos localizar com precisão as regiões de interesse e realizar a ablação dos focos com segurança. O procedimento foi bem-sucedido e a expectativa é de melhora significativa do quadro clínico da paciente”, afirma Dr. Sérgio.
Entre as principais vantagens dessa tecnologia, o especialista destaca a redução significativa do uso de raio-X durante o procedimento, o que diminui a exposição à radiação, a precisão milimétrica no mapeamento em tempo real e a maior efetividade e segurança na ablação, inclusive em arritmias complexas. Além disso, a ferramenta oferece melhor visualização de estruturas cardíacas, o que aumenta a taxa de sucesso e reduz riscos.
Dr. Sérgio também ressalta que a realização desse procedimento em Sombrio é resultado direto dos investimentos do IMAS na modernização do hospital.
“Mesmo sendo uma unidade localizada em um município de pequeno porte, o Hospital Dom Joaquim tem investido constantemente na capacitação de profissionais, na estrutura hospitalar moderna e em parcerias que possibilitam o acesso a tecnologias de ponta, como o mapeamento 3D móvel. Isso permite que pacientes da região tenham acesso a procedimentos que antes só seriam possíveis em grandes centros urbanos”, completa.
Com a realização deste procedimento pioneiro, o Hospital Dom Joaquim reforça seu papel como referência regional em cardiologia e eletrofisiologia, unindo tecnologia de última geração, equipe altamente qualificada e atendimento humanizado para oferecer o melhor cuidado à população do Sul catarinense.
Serviço de cardiologia no Dom Joaquim salvando vidas
A unidade hospitalar foi contratualizada com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e foi habilitada pelo Governo do Estado no final do ano passado para realizar procedimentos de alta complexidade na área cardiovascular. Neste período de pouco mais de oitos meses, o IMAS realizou mais de 140 angioplastias, 480 cateterismos, 30 procedimentos de marcapassos, 40 estudos de eletrofisiologia (exames que avaliam o sistema elétrico do coração, auxiliando no diagnóstico e tratamento de arritmias cardíacas) e 48 cirurgias cardíacas. E os números só tendem a crescer já que o Hospital se tornou referência na especialidade na região.