Um transplante de coração mudou não apenas a vida de Celeidino Vieira Fernandes, de 65 anos, mas também o rumo de uma história de amor que parecia improvável. Em 1998, diagnosticado com cardiomiopatia dilatada, Celeidino recebeu o coração de Ademilson Souza Batista, de 26 anos, que havia sofrido morte encefálica. O gesto de solidariedade salvou sua vida e, anos depois, acabou unindo destinos.
A doação foi autorizada pela jovem viúva, Leila de Oliveira Mendes, que tinha apenas 24 anos e dois filhos pequenos na época. O que ela não imaginava é que, tempos depois, ouviria de Celeidino a frase que marcaria sua vida: “Escuta aqui o coração do teu marido”.
O encontro, inicialmente motivado pela gratidão do transplantado, transformou-se em amizade e, mais tarde, em amor. Dois anos após o transplante, eles assumiram o relacionamento. Hoje, mais de 20 anos depois, vivem juntos em Jardim (MS) e dedicam parte de seu tempo à conscientização sobre a importância da doação de órgãos.
Além do coração, Celeidino também passou por um transplante de rim em 2019 e continua reforçando a mensagem que considera vital: “Por mais difícil que seja o momento da perda, seja doador. Além de salvar uma vida, o doador salva também a mãe, o filho, o pai, o irmão de alguém.”
Atualmente, a lei brasileira garante o anonimato entre doadores e receptores, o que torna a história do casal ainda mais singular.