O jaraguaense Rafael Guimarães, de 29 anos, viveu de perto os horrores e a solidariedade em meio à guerra da Ucrânia. De forma voluntária, ele deixou o trabalho na área industrial no Brasil para integrar a Legião Internacional de Defesa Territorial, criada pelo presidente Volodymyr Zelensky, atuando diretamente na linha de frente.
Rafael embarcou com a intenção de ajudar em ações humanitárias, mas descobriu que só poderia atuar no resgate de civis por meio das Forças Armadas. Após um rigoroso treinamento, passou a integrar um grupo de elite conhecido como “assalto”, especializado em reconhecimento e apoio médico em zonas de combate.
Foram quase oito meses na Ucrânia, seis em combate e um de preparação, enfrentando o inverno rigoroso do Leste Europeu e situações de risco extremo.
“Minha experiência de combate foi intensa. Tenho sorte de voltar vivo e inteiro para casa”, relatou.
Durante esse período, Rafael participou de resgates de civis atingidos por drones, mísseis e ataques de artilharia, incluindo mulheres, idosos e crianças.
“Uma parte de mim ficou no campo de batalha com meus irmãos caídos. Vi homens e mulheres estrangeiros carregando civis feridos nas costas. Essas ações jamais serão esquecidas”, desabafou.
Mesmo com as marcas emocionais deixadas pelo conflito, o voluntário garante que faria tudo de novo se tivesse oportunidade. Rafael voltou para Jaraguá do Sul em fevereiro deste ano, trazendo consigo lembranças que, segundo ele, jamais serão apagadas.