Um trágico acidente ocorrido no bairro Curado 4, em Jaboatão dos Guararapes, na Grande Recife, resultou na morte de um adolescente de 14 anos, identificado como João Vitor, conhecido como "Patinho do Surfe". O incidente aconteceu na tarde da sexta-feira (12) enquanto o jovem tentava "surfar" no teto de um ônibus em movimento.
De acordo com informações do Sindicato dos Rodoviários, o acidente ocorreu na Rua Quatorze, quando João Vitor escalou um ônibus da linha 361 - TI TIP/Curado 4, operado pela empresa Borborema. Ao perceber a situação arriscada, o motorista do veículo parou e pediu que o jovem descesse, mas ele optou por voltar a subir no ônibus assim que o motorista retomou a direção.
Minutos depois, o coletivo realizou uma manobra e, enquanto tentava entrar pela janela, o adolescente acabou caindo em outro ônibus que estava estacionado nas proximidades. Ele não sobreviveu ao acidente.
A Polícia Civil registrou a ocorrência como "morte a esclarecer sem indício de crime" e está conduzindo investigações através da Delegacia de Prazeres, em Jaboatão.
João Vitor foi sepultado no Cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife, no sábado (13). Amigos do jovem prestaram homenagens, soltando fogos de artifício em lembrança a ele, conforme relatado em redes sociais.
A empresa Borborema expressou lamentação pela tragédia e informou que enviou uma equipe ao local para prestar apoio, além de ter acionado as autoridades competentes, como o Instituto de Criminalística, a Polícia Militar e a Guarda Municipal de Jaboatão. "A Borborema se solidariza com os amigos e familiares do jovem e está disposta a colaborar com as investigações", afirmou a empresa em nota.
Este não é o primeiro incidente deste tipo na região. Em janeiro do ano passado, outro jovem de 14 anos também perdeu a vida ao cair de um ônibus em movimento na cidade de São Lourenço da Mata, no Grande Recife. Esses acidentes motivaram ações legislativas: em novembro de 2024, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou um projeto de lei que proibia a prática de "surfe rodoviário", prevendo multas para quem tentasse andar no teto dos ônibus ou pendurado em portas e janelas.
Entretanto, a proposta enfrentou forte resistência dos motoristas, que temiam que as penalizações recaíssem sobre seus salários. Após protestos que paralisaram serviços de ônibus em vias movimentadas, a governadora Raquel Lyra (PSD) decidiu vetar o projeto, garantindo que ele não se tornasse lei.