Um criminoso de São Paulo, apontado como autor do disparo que feriu um policial militar em Criciúma durante o mega-assalto de 2020, está entre os envolvidos na execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes. O delegado foi assassinado na noite de segunda-feira (15), em Praia Grande (SP), onde morava.
Segundo a polícia, Ruy foi perseguido pelos criminosos e morto a tiros após colidir o carro em um ônibus.
Envolvimento do PCC na morte do delegado Ruy Ferraz Fontes
De acordo com a Polícia de São Paulo, um dos suspeitos é Francisco Aurilio, conhecido como XC, integrante da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e membro do chamado “grupo dos 14”. Em 2020, ele participou do assalto ao Banco do Brasil em Criciúma, crime no estilo “novo cangaço” que ganhou repercussão nacional e internacional.
Na ocasião, Francisco atirou contra o soldado da PM Jeferson Luiz Esmeraldino, que ficou gravemente ferido e segue em recuperação até hoje.
Além de Francisco, também são procurados Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano, e Flávio Henrique Ferreira de Souza, ambos criminosos ligados ao PCC e foragidos da Justiça.
A única pessoa presa até o momento é Dahesly Oliveira Pires, de 25 anos. Dependente química, ela teria sido usada pelo grupo para buscar em Diadema o fuzil utilizado no assassinato do delegado.
Delegado foi executado em Praia Grande
A Polícia Científica encontrou material genético de dois suspeitos dentro de um veículo usado na emboscada em Praia Grande. O secretário de Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite, afirmou nesta quinta-feira (18) que não há dúvidas da participação do PCC na morte de Ruy Ferraz Fontes.
Caso do soldado Esmeraldino em Criciúma
O soldado Jeferson Luiz Esmeraldino segue acamado e dependente de cuidados exclusivos quatro anos após o assalto em Criciúma. Ele foi atingido por um disparo de fuzil que atravessou o colete e perfurou o abdômen.
Emocionada, a mãe do policial, Sandra Aparecida Nunes, relatou a luta da família:
“O tiro não atingiu só ele, atingiu a família toda. Eu agradeço a Deus por me dar a vitória de cuidar dele.”
Esmeraldino recebeu promoção por ato de bravura em agosto de 2021. Ele ficou mais de dois meses internado, sendo 33 dias em UTI. Apesar de ter apresentado melhoras, sofreu uma parada cardiorrespiratória que resultou em graves sequelas neurológicas.
O mega-assalto em Criciúma em 2020
A ação criminosa começou por volta das 23h50 de 30 de novembro de 2020 e terminou na madrugada de 1º de dezembro. Cerca de 30 criminosos fortemente armados cercaram o centro da cidade, incendiaram veículos, bloquearam ruas e acessos, além de disparar tiros em várias direções.
Reféns foram feitos durante a ação e aproximadamente R$ 125 milhões foram levados da tesouraria do Banco do Brasil em Criciúma. O crime é considerado um dos maiores assaltos já registrados no Brasil.