Metanol em bebidas alcoólicas: sintomas, riscos e como identificar a substância letal

Médica perita explica como suspeitar do produto.

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01/10/2025 15h22 - Atualizado há 2 horas
3 Min

Metanol em bebidas alcoólicas: sintomas, riscos e como identificar a substância letal
Foto: Getty Images

Ao menos cinco mortes, registradas em um intervalo de duas semanas, foram associadas ao consumo de bebidas alcoólicas contendo metanol pelo governo de São Paulo. Os produtos, principalmente garrafas de destilados, foram adulterados e vendidos em estabelecimentos da capital paulista e da região metropolitana.

Detectar a presença do metanol, no entanto, é extremamente difícil.

“É extremamente difícil identificar a presença de metanol em bebidas alcoólicas adulteradas sem testes laboratoriais, pois ele é incolor, inodoro e tem sabor semelhante ao etanol”, explica a médica especialista em medicina legal Caroline Daitx.

O Procon-SP orienta que os consumidores não tentem identificar metanol pelo cheiro ou sabor, pois a prática é perigosa e inconclusiva.


Como suspeitar de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol

Segundo Caroline Daitx, alguns sinais podem indicar adulteração, embora não sejam métodos infalíveis:

  • Preço muito baixo: valores significativamente abaixo do mercado podem indicar falsificação.

  • Embalagem e rótulo: lacres tortos, erros de impressão ou rótulos de baixa qualidade sugerem risco.

  • Odor: algumas formulações adulteradas podem ter cheiro semelhante a solvente, mas não é confiável para o público leigo.

  • Sintomas após consumo: visão turva, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dor abdominal ou confusão mental após ingerir bebidas de procedência duvidosa exigem atenção imediata.

“A forma mais segura de evitar intoxicação é comprar apenas em estabelecimentos licenciados, verificar lacres e evitar bebidas caseiras ou de origem desconhecida”, alerta a especialista.


Não existe quantidade segura de metanol

Mesmo pequenas quantidades de metanol podem ser extremamente prejudiciais ou letais.

“Especialistas concordam que o metanol não é destinado ao consumo humano e sua toxicidade depende da dose ingerida e da capacidade de metabolização, mas qualquer exposição é uma emergência médica”, afirma Daitx.

Uma dose de aproximadamente 1 g/kg de peso corporal pode ser letal, e concentrações sanguíneas acima de 25 mg/dL já justificam tratamento intensivo.


Efeitos do metanol no organismo

Vítimas em São Paulo relataram sintomas semelhantes a uma ressaca após ingestão. No entanto, a toxicidade do metanol é muito mais grave.

“Enquanto o etanol é metabolizado em substâncias menos tóxicas, o metanol se transforma em formaldeído e, depois, em ácido fórmico e formiato. Esses metabólitos atacam nervos e órgãos, especialmente cérebro e olhos”, explica a médica.

O metanol pode causar:

  • Cegueira parcial ou total devido à degeneração do nervo óptico.

  • Necrose bilateral dos gânglios da base no cérebro, levando a convulsões, coma e danos cerebrais irreversíveis.

  • Insuficiência renal aguda e pancreatite.

Visão turva é um sintoma precoce e característico de intoxicação por metanol, sendo um alerta para atendimento médico imediato.


FONTE: As informações são do Metrópoles
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