Mais instruídas, mas ganhando menos: a realidade das mulheres no mercado de trabalho

Apesar de serem 52% da população, elas são 43% da força de trabalho

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09/10/2025 17h19 - Atualizado há 8 horas
3 Min

Mais instruídas, mas ganhando menos: a realidade das mulheres no mercado de trabalho
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

As mulheres ainda são minoria no mercado de trabalho e recebem rendimentos inferiores aos dos homens, mesmo apresentando maior escolaridade. É o que revela o módulo Trabalho e Rendimento do Censo 2022, divulgado nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, 62,9% dos homens com mais de 14 anos estavam trabalhando, enquanto a proporção entre as mulheres era de 44,9%. Com isso, embora representem 52% da população, as mulheres correspondiam a apenas 43,6% da força de trabalho em 2022.

A presença feminina se destacou em apenas três dos dez grandes grupos de ocupação: mulheres eram maioria entre profissionais das ciências e intelectuais, trabalhadores de apoio administrativo e trabalhadores de serviços, comércio e vendas. Em contrapartida, havia baixa presença feminina entre operadores de máquinas e montadores e membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares.

Por atividades, as mulheres predominam em serviços domésticos (93,1%) e também representam mais de 70% dos trabalhadores da saúde humana, serviços sociais e da educação.

Renda

A desigualdade salarial entre homens e mulheres persiste. A média de rendimento masculino foi de R$ 3.115, R$ 609 acima da média feminina, de R$ 2.506. A diferença aumenta conforme o grau de instrução: entre trabalhadores com ensino superior completo, os homens ganhavam em média R$ 7.347, enquanto as mulheres recebiam cerca de 60% desse valor, R$ 4.591.

Apesar disso, as mulheres apresentaram maior escolaridade: 28,9% delas tinham ensino superior completo, contra 17,3% dos homens.

Diferenças por cor ou raça

O estudo também revelou disparidades salariais relacionadas à cor ou raça. Os menores rendimentos foram registrados entre trabalhadores indígenas (R$ 1.653) e pretos (R$ 2.061). Já trabalhadores de cor ou raça amarela receberam em média R$ 5.942, e os brancos, R$ 3.659.

De maneira geral, pretos, pardos e indígenas receberam renda inferior à média nacional, independentemente do nível de instrução. Entre trabalhadores com ensino superior completo, a disparidade é ainda maior: indígenas recebiam menos da metade do valor pago às pessoas amarelas (R$ 3.799 contra R$ 8.411), enquanto pretos recebiam R$ 4.175 e brancos R$ 6.547.

O grau de instrução também apresentou grandes diferenças. Entre brancos e amarelos, a proporção de trabalhadores com ensino superior superou a de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto. Entre pretos, pardos e indígenas, o cenário é inverso: 34,7% dos indígenas não concluíram sequer o ensino fundamental, enquanto apenas 12,4% completaram o ensino superior.


FONTE: Agência Brasil
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