08/08/2024 às 10h24min - Atualizada em 08/08/2024 às 10h24min

Réus que tentaram matar trabalhador por ter transitado por bairro dominado pelo tráfico são condenados

O homem só não foi morto porque conseguiu fugir em uma motocicleta, desviando dos disparos

Imagem Meramente Ilustrativa

Michel, que trabalhava como pedreiro na construção de uma residência em Jaguaruna em uma sexta-feira, foi surpreendido durante o horário de almoço pela chegada de cinco homens que, repentinamente, começaram a ameaçá-lo e disparar contra ele.

Em uma corrida pela sobrevivência, Michel conseguiu chegar à sua motocicleta e fugir, desviando de inúmeros tiros disparados contra ele enquanto era perseguido por três dos criminosos.

A motivação da tentativa de homicídio foi o fato de a vítima ter transitado pelo bairro Paulo Cruz, localidade popularmente conhecida por ser dominada pelo tráfico de drogas, e por um antigo relacionamento amoroso supostamente mantido com a esposa de um dos autores do crime. Os envolvidos no homicídio atuavam no tráfico de drogas, sendo dois deles responsáveis pela liderança do tráfico na região.

O caso ocorreu em 2015 na cidade do sul do estado. Dois dos responsáveis pela tentativa de homicídio foram condenados em uma sessão do Tribunal do Júri realizada na segunda-feira na Comarca de Jaguaruna.

Um dos réus foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão em regime inicial fechado. O outro teve a pena fixada em cinco anos, cinco meses e dez dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. Foi, ainda, fixada a proibição de um dos acusados - o único que responde em liberdade - de se aproximar da vítima.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), aceita integralmente pelos jurados, além da qualificadora de motivo fútil, a dupla agiu com recurso que dificultou a defesa da vítima, já que os réus chegaram em maior número e surpreenderam a vítima, que estava trabalhando quando foi atacada.

Havia outros três envolvidos no crime: dois adolescentes e um adulto. Este último teve o processo cindido por estar foragido, e acabou sendo arquivado em razão da insuficiência de provas.

Na ocasião, os dois adolescentes chegaram ao local e começaram a questionar por que o ofendido havia transitado pelo bairro, ordenando que "não colocasse mais os pés lá" e anunciando que iriam chamar outras pessoas. Logo em seguida, os outros três criminosos chegaram à obra empunhando armas de fogo e começaram a disparar contra ele.

O júri contou com a atuação do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI), que oferece suporte aos Promotores de Justiça em julgamentos considerados mais complexos e que envolvem casos de alta periculosidade.

Atualmente, o GEJURI é composto por um Procurador de Justiça e oito Promotores de Justiça de diferentes Comarcas do Estado.

Falso testemunho

Foi registrado, durante a sessão do Tribunal do Júri, o possível falso depoimento de uma das testemunhas de defesa dos réus.

Diante das provas produzidas no plenário, o MPSC buscará a revisão de outros processos arquivados com base no testemunho possivelmente mendaz, cujo reconhecimento poderá levar a julgamento corréu até então impronunciado e reverter quadro de conhecida dificuldade na coleta de provas em regiões conflagradas pelo crime organizado.


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