12/09/2024 15h44 - Atualizado em 12/09/2024 às 15h44
3 Min
Mais um importante passo foi dado no projeto "Aprender Solidário", desenvolvido no Presídio Regional de Araranguá. O mobiliário que deve ser destinado às famílias atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul começou a ser produzido pelos reeducandos no curso de marcenaria dentro da própria unidade.
Com o trabalho dos internos, já há 40 camas e 18 pias para doação, que devem ser enviadas em breve ao Estado vizinho. O curso de marcenaria envolve 20 reeducandos na produção de mobiliário essencial, como camas, beliches e berços, para atender às necessidades básicas das famílias. O projeto foi iniciativa da juíza Lívia Borges Zwetsch Beck, corregedora e titular da 2ª Vara Criminal da comarca de Araranguá, que, sensibilizada pela situação crítica de seus conterrâneos gaúchos, mobilizou os servidores do presídio e alguns parceiros nesta iniciativa que, além de solidária, promove a ressocialização dos internos.
As aulas práticas estão sendo ministradas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) na própria unidade penal. O curso terá a duração de três meses, e a distribuição do mobiliário ocorrerá à medida que for construído, com previsão de que os trabalhos se estendam até o mês de dezembro. A policial penal Vanessa Colares Bitencourt, coordenadora de ensino e promoção social da unidade, destaca que o projeto, além de auxiliar as vítimas das chuvas que devastaram diversos municípios do RS, promove a capacitação dos internos, fomenta novas perspectivas de vida e permite a interação entre eles, tornando o ambiente mais fluido e humanizado. "Também atende o objetivo final, que é a reabilitação para retornarem à sociedade como pessoas melhores. Os reeducandos estão superengajados e atentos aos ensinamentos do professor. Agora, com tudo em pleno funcionamento, é muito gratificante”.
A magistrada afirma que o projeto é totalmente social, sem qualquer intervenção política, e conta com o auxílio de empresas locais. Segundo a juíza, as atividades estão para além da capacitação dos reeducandos ao incentivar o trabalho em grupo e o aprendizado mútuo. "Isto porque, enquanto uns não tinham experiência, outros já até tiveram uma marcenaria. Então, acabam auxiliando o professor. Essa vontade de produzir e doar demonstra a felicidade de o projeto ter saído do papel. Cada móvel fabricado carrega a esperança de um novo começo para quem produz e para quem recebe”, ressalta.