Com o encerramento do Carnaval, inicia o período da quaresma, tradição religiosa que faz referência aos 40 dias em que Jesus Cristo esteve no deserto.
O período de reflexão e penitência começa a partir da quarta-feira de Cinzas, em 5 de março.
A contagem da quaresma segue até o sábado antes da Páscoa, também conhecido como “sábado de aleluia”, que resulta em 46 dias.
Depois disso, ao tirar o número 6, que é o número de domingos que há no período da quaresma, o resultado chega em 40.
Os religiosos explicam que a contagem inicia a partir da quinta-feira santa à tarde, quando começa um novo período, conhecido por tríduo pascal.
Nele, são compreendidos a sexta-feira santa, o sábado de aleluia e o domingo de Páscoa.
Qual a origem da quarta-feira de Cinzas
Em 325 d.C, a igreja católica estabeleceu 40 dias de preparação para a Páscoa durante o Concílio de Niceia. Nesse período, os religiosos jejuavam e pagavam penitência em preparação para a celebração da ressurreição de Cristo.
As cinzas, utilizadas nas celebrações religiosas, provém dos ramos bentos no domingo de Ramos do ano anterior, que são queimados e abençoados durante a missa da data.
Mas não é apenas a igreja Católica que mantém a tradição. Neste dia, os fiéis vão à missa e são benzidos com as cinzas. O padre traça uma cruz de cinzas enquanto recita as palavras “Convertei-vos e crede no Evangelho”.
A quarta-feira de Cinzas não é um feriado oficial. Contudo, muitos estabelecimentos comerciais não funcionam, mesmo tendo autorização para isso. Algumas repartições públicas e agências bancárias só funcionam a partir do meio-dia.
Penitência e reflexão durante a quaresma
Entre as penitências durante a quaresma está a prática do jejum. De acordo com a doutrina católica, ao segui-la, há uma série de objetivos para a vida de quem a adota.
Para muitos católicos, deixar o hábito de lado durante a sexta-feira Santa, é uma forma de se solidarizar com a prisão, tortura e crucificação de Cristo.
Nesse sentido, não comer carne vermelha seria uma forma de demonstrar solidariedade e respeito a Jesus.
Segundo o Código de Direito Canônico, nesses dias é obrigatório abdicar da carne ou de outro alimento que traga prazer ao fiel.
“Observem-se a abstinência e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo”, diz o Código.
Porém, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) permite que se substitua a abstinência de carne por um ato de piedade, uma obra de caridade ou a substituição da carne por outro alimento.
