Familiares e amigos da jovem Thamily Venâncio Ereno, morta aos 23 anos, criaram uma página na rede social Instagram intitulada “Justiça pela Thamily”.
O espaço é para divulgar o que vem sendo veiculado e mostrar o lado da família e amigos, que pedem por justiça. Já há mais de 7,3 mil seguidores.
Um vídeo divulgado na noite de ontem mostra o momento logo após em que a vítima foi baleada.
“Isso aí é uma covardia que fizeram, cara. Ninguém correu. Mataram a guria”, diz um popular. “Ele deu réu em cima”, rebate a policial.
“Um carro à paisana, sem giroflex, sem identificação em nenhum policial. E mais: ela estava junto! E se fosse uma criança? Se fosse uma criança no lugar dela, ela também seria culpada???
Thamily não estava sendo investigada, não tem nenhuma passagem!!
Vocês não enxergam? Para cada erro deles, eles inventam uma desculpa!
Nossa polícia está despreparada! Não estamos protegidos por eles, estamos sendo caçados por eles! Hoje foi minha irmã. Amanhã pode ser você.
Se coloquem no nosso lugar, ao invés de julgar e apontar o dedo!
E se estavam certos… POR QUE MANDARAM APAGAR AS IMAGENS DOS CELULARES??? POR QUÊ???
Parem e pensem! Isso poderia ter acontecido com qualquer um!”, legendou a irmã no vídeo.
Manifestações
Na manhã de ontem, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, voltou a se manifestar sobre as circunstâncias da operação policial que resultou na morte da jovem, expondo alguns dados da investigação e elencando alguns pontos na publicação que fez, sobre o companheiro dela, reascendendo a polêmica.
“A verdade é dura e precisa ser revelada, para evitar pré-julgamentos, tão comuns nos tempos atuais.
1 - A DECOD começou a investigar uma organização criminosa, armada, que praticava o tráfico de drogas e era liderada por Mateus Lima Fernandes e Kauan de Oliveira Filastro. Conforme relatório de investigação, com quebra de sigilos telefônicos e telemáticos, além de outros monitoramentos, constatou-se que portavam e ostentavam armas de diversos calibres, além de manusear e vender diversos tipos de drogas (Foto 1), demonstrando a periculosidade de seus membros, inclusive de Kauan de Oliveira Filastro.
2 - Em 13 de fevereiro de 2025, face o que foi investigado, a DECOD cumpriu busca e apreensão na residência de Kauan de Oliveira Filastro, que vivia com sua companheira, apreendendo-se no quarto do casal munições calibre .380, em cima da cama, petrechos para fracionamento de drogas, mais de um quilo de maconha (um tablete e diversos invólucros fracionados, bem como dentro de um aspirador de pó) e um caderno universitário, com anotações da traficância com grafia feminina, que passará por exame grafotécnico (Foto 2).
3 - Após a busca, requereu-se a prisão de Kauan de Oliveira Filastro, que foragiu, sendo que em conversa com familiares, a companheira dele afirma que “estamos com nossa casa, trabalhando e conquistando nossas coisas devagarinho”, mesmo que os pais não vão entender ou não vão aceitar (Foto 2). 4 - no dia 21 de março, Kauan entra em um Uber, onde a companheira já estava. 4 Policiais, altamente qualificados, efetuaram e verbalizaram que se tratava de Polícia, efetuando a abordagem. O motorista dá a ré em cima deles e da viatura, ocorrendo lamentável resultado, mas que não foi dado causa pelos policiais civis.
Saliento que a Delegacia de Combate a Drogas (DECOD) do Departamento de Investigação Criminal de Criciúma, com zero ocorrência de investigação policial, tem feito um trabalho essencial contra o crime organizado”.
Relembre
A jovem foi baleada na cabeça na última sexta-feira (21) no bairro São Sebastião, em Criciúma, dentro de um carro de aplicativo.
Segundo a Polícia Civil, o alvo da operação era o companheiro dela, que estava com mandado de prisão por tráfico de drogas e organização criminosa.
Tanto ele, quanto o motorista do Uber, que, segundo a PC, deu marcha à ré e tentou atingir a policial, o que resultou no disparo, seguem presos.