No próximo trimestre, a previsão indica para um cenário de neutralidade no Oceano Pacífico, sem a atuação dos fenômenos El Niño ou La Niña.
Isso significa que as águas do Pacífico Equatorial devem seguir com temperaturas dentro da média histórica. Nas últimas semanas, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) nessa região se manteve estável, com variações mínimas e próximas de zero, o que reforça a expectativa de um período sem grandes influências desses fenômenos sobre o clima global.
Por outro lado, mesmo sem a atuação do fenômeno La Niña, algumas regiões do estado já têm sofrido com a irregularidade e falta de chuvas, especialmente o Grande Oeste e Planalto Sul catarinense, que vem apresentando um longo período com essa condição.
Com relação às chuvas, para os próximos meses, aponta a continuidade da irregularidade das chuvas, mesmo com a maior frequência de frentes frias típicas da época.
Nos meses de maio, junho e julho, a tendência é que os acumulados de chuva fiquem dentro ou abaixo da média histórica em Santa Catarina.
Apesar da tendência de precipitações menos frequentes, não estão descartados episódios pontuais de chuva intensa e volumosa.
No entanto, esses eventos devem ser exceções, e não a regra.
Como os próximos meses serão marcados pela diminuição dos volumes de chuva no estado, a tendência é que a estiagem continue nas regiões mais afetadas de Santa Catarina.
Com menos chuvas previstas, a expectativa é de mais dias ensolarados e temperaturas mais elevadas, com possibilidade de veranicos — períodos de calor fora de época.
Por isso, o trimestre deve registrar temperaturas dentro ou acima da média para esta época do ano. Ainda assim, episódios de frio intenso podem ocorrer, como é comum nos meses de outono e inverno, mas devem ser de curta duração.
CLIMATOLOGIA
Os próximos meses (maio, junho e julho) marcam o final do outono e o começo do inverno no Hemisfério Sul.
Em maio, a chuva volta a ocorrer com mais frequência, em relação a abril, especialmente no Grande Oeste e no leste do estado.
As regiões do Extremo Oeste e áreas que fazem divisa com o Rio Grande do Sul, devem concentrar os maiores volumes, influenciadas pela passagem mais frequentes de frentes frias, que favorecem a formação de instabilidades atmosféricas.
Nestas regiões, os temporais vêm acompanhados por raios, rajadas de vento e eventual queda de granizo, com volumes médios de chuva variando entre 120 e 200 mm.
Já na metade leste catarinense, incluindo o litoral, o volume de chuva varia entre 100 e 150 mm, devido à menor influência da circulação marítima.
No mês de junho, o volume de chuva é semelhante ao mês anterior em áreas do Extremo Oeste e Oeste com acumulados médios entre 150 e 200 mm.
Já no Litoral, os volumes ficam entre 75 e 125 mm. Porém no Vale do Itajaí, os acumulados variam entre 100 e 150 mm.
Com o avanço do inverno, os volumes de chuva tendem a diminuir ainda mais em todo o estado.
Em julho, os acumulados médios ficam entre 75 e 125 mm no Litoral e regiões próximas, enquanto nas demais áreas de Santa Catarina os índices variam de entre 125 e 150 mm.
No mês de maio, os dias serão marcados por uma grande amplitude térmica: as noites mais frias e tardes, mais quentes, influenciadas pela presença de massas de ar seco e frio.
Já em junho e julho, as tardes também passam a ser mais frias, especialmente nas áreas mais altas de Santa Catarina.
HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS
De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências de desastres.
As ocorrências de chuvas mais intensas costumam se concentrar entre os meses de setembro e março, durante o período mais quente do ano.
Já entre maio e julho, com a diminuição das temperaturas, o padrão das chuvas sofre alterações. Esses meses são marcados por um regime de chuvas mais reduzido em Santa Catarina, o que resulta em uma diminuição nas ocorrências totais.
No entanto, em maio, houve um aumento nas precipitações em comparação com o mês anterior.
Apesar da diminuição no número total de ocorrências de chuvas, o trimestre formado pelos meses de maio, junho e julho se destaca pelo aumento de registros relacionados às chuvas intensas.
Nesse período, são esperados de 45 a 55 registros, número bem superior ao observado em outros meses, como de fevereiro a abril e de agosto a setembro.
A ocorrência de chuvas intensas também reflete no aumento de registros relacionados a movimentos de massa, como deslizamentos.
Embora esse tipo de ocorrência seja menor em número se comparado a outros, como as enxurradas, há um crescimento significativo durante o período de maio a julho.
Foram registrados 11 deslizamentos em maio, 16 em junho e apenas 2 em julho.
Um comportamento distinto é observado para os casos relacionados a alagamentos, sendo os meses de maio e junho o terceiro e quarto meses, respectivamente, com mais registros do ano (18 e 21) com uma diminuição considerável em julho (8).
RECOMENDAÇÕES
No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados.
Não transite sobre pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.
Em casos de movimentos de massa, atente-se à inclinação de postes e árvores, a qualquer movimento de terra ou rochas próximo à sua residência e ao aparecimento de rachaduras em muros e paredes.
Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, não fique na água.
A Secretaria da Proteção e Defesa Civil reitera a necessidade de acompanhar diariamente os Avisos e boletins de previsão do tempo devido às constantes atualizações nos modelos meteorológicos.