"Precisamos quebrar o estigma": Uso da cannabis medicinal é debatido na Câmara de Criciúma

Especialistas e mãe de paciente compartilharam suas experiências e conhecimentos

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14/05/2025 08h57 - Atualizado há 3 meses
3 Min

"Precisamos quebrar o estigma": Uso da cannabis medicinal é debatido na Câmara de Criciúma
Foto: Luís Carvalho/Câmara Criciúma

Na sessão desta terça-feira (13), a Tribuna Livre da Câmara de Vereadores de Criciúma foi utilizada por representantes da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) para abordar o uso da cannabis medicinal e seus benefícios para o tratamento de diversas patologias.

A iniciativa ocorreu por solicitação da vereadora Gorete Boaroli, que cedeu espaço para que especialistas e uma mãe de paciente compartilhassem suas experiências e conhecimentos sobre o tema.

Paula Amboni Escobar, médica prescritora de cannabis medicinal, destacou a importância do tratamento para pacientes com doenças como Alzheimer, Parkinson, autismo, depressão, epilepsia e dores crônicas.

“A cannabis medicinal é uma alternativa segura, eficaz e baseada em evidências científicas, que melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Precisamos quebrar o estigma. A cannabis medicinal não é uma droga recreativa, mas um medicamento que salva vidas”, afirmou.

Amanda Machado, pesquisadora e estudiosa do tema, reforçou o papel da ciência na comprovação dos benefícios da cannabis medicinal.

Ela destacou que o conhecimento é fundamental para superar o preconceito e garantir que mais pacientes tenham acesso ao tratamento.

Sabrina Kaster, mãe de uma paciente que faz uso de cannabis medicinal, emocionou os presentes ao relatar sua difícil jornada até encontrar o tratamento que trouxe qualidade de vida para sua filha.

“Sou uma mãe atípica. Foi a única coisa que trouxe saúde e qualidade de vida para minha filha. Minha filha tem uma síndrome raríssima, tem 15 anos e já chegou a ter 80 convulsões por dia. É uma síndrome para a qual não há medicamento. Usamos todas as medicações possíveis, inclusive uma que estava em estudo na Alemanha. Não pensamos duas vezes e, durante dois meses, trouxemos ilegalmente o medicamento, pois na época não era liberado. E foi aí que eu vi o primeiro sorriso da minha filha”, relatou Sabrina.

A apresentação na Câmara destacou ainda a importância de uma política pública estruturada que garanta o acesso à cannabis medicinal pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Atualmente, cerca de 672 mil brasileiros utilizam o tratamento, muitos ainda enfrentando desafios para garantir o acesso regular.

Os especialistas reforçaram que o uso medicinal da cannabis é seguro, não causa dependência e pode substituir medicamentos mais agressivos.

Além disso, a inclusão da cannabis medicinal no SUS pode gerar economia ao sistema de saúde e reduzir a judicialização do acesso a tratamentos.

O debate mostrou que, além do tratamento em si, é necessário superar o preconceito e ampliar o conhecimento sobre o tema, garantindo que mais pacientes possam ter acesso a uma alternativa segura e eficaz.


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