Fezes da esposa salvam a vida de homem em Santa Catarina

Um procedimento pouco convencional chamou atenção nesta semana..

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06/06/2025 14h01 - Atualizado há 3 meses
2 Min

Um paciente em Canoinhas, no Planalto Norte, foi salvo após receber um transplante de fezes da própria esposa. A técnica, conhecida como transplante de microbiota fecal, foi aplicada após o homem desenvolver uma infecção intestinal grave chamada colite pseudomembranosa.

O quadro era crítico. Segundo os médicos, ele já apresentava desidratação severa, diarreia intensa e perda significativa de eletrólitos. Foi então que a equipe liderada pelo médico gastroenterologista Everson Veiga decidiu recorrer a uma alternativa incomum, mas com alta eficácia.

A esposa do paciente, que mora com ele e atendia aos critérios clínicos exigidos, se tornou a doadora. Ela passou por exames, tomou vermífugo e forneceu a amostra que foi processada para o transplante.

“Usamos 50 gramas das fezes, misturadas com soro fisiológico estéril. A mistura foi filtrada e aplicada por colonoscopia diretamente no intestino grosso”, explicou o médico.

Apesar de pouco conhecida pela população, a técnica é segura, aprovada por órgãos reguladores e, inclusive, está disponível pelo SUS. “Ela pode salvar vidas. A taxa de sucesso com uma aplicação é de cerca de 80%. Com duas, passa de 95%”, afirma o clínico André Carvalho, que acompanhou o caso.

De acordo com os especialistas, o uso prolongado de antibióticos pode destruir a flora intestinal natural, abrindo espaço para infecções severas como a que atingiu o paciente. O transplante repõe bactérias saudáveis no intestino, restaurando o equilíbrio e permitindo a recuperação.

Após o procedimento, o paciente foi encaminhado para internação no Hospital de Três Barras, onde se recupera bem. O caso é considerado inédito na região e pode abrir portas para o uso mais frequente da técnica em pacientes graves.

“Esse caso é um marco. Mostra como a medicina tem alternativas eficazes mesmo nos cenários mais delicados”, destacou o médico.

O procedimento também contou com orientação da médica Janaína Wercka, de Mafra, e seguiu protocolos científicos reconhecidos.


FONTE: Com informações do Jornal Razão
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