Empresário se irrita com a presença do caminhão de lixo na rua e mata gari; veja o que se sabe

O empresário teve a prisão convertida para preventiva na manhã de hoje.

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13/08/2025 14h20 - Atualizado há 21 horas
4 Min

 

 

Na segunda-feira (11), um trágico incidente em Belo Horizonte resultou na morte do gari Laudemir Fernandes, de 44 anos. A vítima foi assassinada a tiros após um desentendimento com o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que se irritou com a presença do caminhão de lixo na rua e exigiu espaço para seu carro. Renê foi preso em flagrante e teve sua prisão convertida em preventiva na manhã de quarta-feira (13).

A polícia localizou o empresário em uma academia horas após o crime. Ele é casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, atualmente sob investigação pela Corregedoria da Polícia Civil devido à posse das armas apreendidas no local do assassinato. Conheça mais sobre o caso:

Motivação do crime

De acordo com as investigações, Renê Júnior teria perdido a paciência com a motorista do caminhão de lixo, alegando que ela obstruía a passagem. A motorista declarou que havia espaço suficiente para o carro passar, mas o empresário a ameaçou, chegando a dizer que atiraria “na cara” dela. Os garis, incluindo Laudemir, tentaram apaziguar a situação.

Uma testemunha relatou: “O condutor disse a ela: ‘Se você esbarrar no meu carro, vou dar um tiro em você. Você duvida?’. Ela ficou em choque, e os coletores tentaram convencê-lo a não fazer isso. Foi então que Laudemir levou um tiro”, explicou o sargento da Polícia Militar Thiago Ribeiro.

Suspeito de cometer o crime

Renê da Silva Nogueira Júnior se apresentou em redes sociais como “Christian, husband, father & patriot”. Ele é CEO da Fictor Alimentos e, segundo a empresa, foi prestador de serviços por duas semanas antes de ser desligado. A Fictor Alimentos S/A, no entanto, negou qualquer vínculo empregatício com ele, apesar de Renê citar experiências anteriores em empresas renomadas do setor alimentício e de bebidas.

Quem foi Laudemir Fernandes?

Laudemir de Souza Fernandes era conhecido por sua ética de trabalho e dedicação. Ele atuou por nove anos em uma empresa terceirizada responsável pela limpeza urbana em Belo Horizonte e estava prestes a ser promovido para o setor de portaria. Seus familiares o descrevem como um homem gentil, que apreciava preparar o café da manhã aos domingos.

“Trabalhava todos os dias, acordando às 4 horas da manhã. É muito doloroso saber que, um dia após o Dia dos Pais, algo assim aconteceu. Queremos justiça”, desabafou Pedro Fernandes, sobrinho de Laudemir.

Laudemir deixa uma filha de 15 anos, uma enteada e sua companheira, Liliane França, que expressou sua dor: “Ele vai me fazer muita falta, porque sempre foi um homem perfeito. Todos os dias ele dizia que voltaria para casa, mas dessa vez não voltou. Me devolveram o Lau em um caixão.”

Esposa do suspeito sob investigação

A delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, esposa de Renê, está sendo investigada pela Subcorregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais. A arma utilizada no crime estava registrada em nome dela, mesmo não estando no veículo durante o incidente.

A Polícia Civil informou que Ana Paula permanece em seu cargo, mesmo sob investigação, sem qualquer previsão de afastamento.

Prisão preventiva decretada

A Justiça de Minas Gerais ordenou a prisão preventiva de Renê da Silva Nogueira Júnior após uma audiência de custódia. Apesar da defesa alegar que o réu é primário, possui bons antecedentes e residência fixa, o juiz Leonardo Damasceno decidiu manter a prisão, considerando os argumentos insuficientes.

Após o depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), o empresário foi encaminhado ao sistema prisional. 


FONTE: Com informações da NSC Total
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