O delegado Jorge Ghiraldo revelou, em entrevista coletiva à imprensa, detalhes sobre o crime brutal ocorrido no final da manhã de ontem em Balneário Gaivota.
A pequena Vitória de Borba Felisberto, de apenas dois anos, foi assassinada com uma facada no pescoço pela própria mãe, de 42 anos.
Equipes de emergência foram mobilizadas, incluindo o Saer/Samu Aeromédico, mas a criança não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. O crime chocou Santa Catarina.
“Uma cena horrível”, classificou o delegado.
Segundo ele, a menina foi quase decapitada por uma faca de cozinha.
“Dava a impressão de que o pescoço havia sido cortado várias vezes, e não apenas em um único golpe. Não dá para admitir que uma mãe cometesse um crime tão bárbaro se estivesse em condições normais”, acrescentou.
Em depoimento, a mãe afirmou não se lembrar do momento exato em que esfaqueou a filha no pescoço. Disse apenas que recorda ter dado comida à menina e, em seguida, alimentado a outra filha, que é deficiente.
O pai e a filha mais velha estavam na sacada da casa no momento do crime. Ao ver a cena, o homem entrou em estado de choque. O filho mais velho, ao chegar, encontrou o pai abraçado ao corpo da menina, que estava sobre a mesa, e chegou a socar um espelho.
Em desespero, o pai ainda tentou tirar a própria vida. Ele precisou ser sedado e segue sem condições de prestar depoimento.
O delegado converteu a prisão em flagrante para preventiva e solicitou exame de insanidade mental para avaliar as condições psicológicas da mulher.
“Não encontrei motivação. O que leva a entender é que ela poderia estar em surto psicótico. Já havia sido diagnosticada com depressão, mas nunca procurou tratamento e não fazia uso de medicamentos. Também descartamos qualquer ligação com seitas. Vasculhamos o celular e nada foi encontrado. Ela estava bastante transtornada no momento da prisão”, explicou o delegado, acrescentando que até o filho percebeu mudança no comportamento da mãe.
“Em nenhum momento ela mudou a versão. Sempre afirmou que não se lembrava, que havia surtado, sem admitir o que fez”, disse.
De acordo com o delegado, o pai havia retornado dos Estados Unidos há seis meses e mantinha aparentemente um bom relacionamento com a esposa.
“Não havia conflitos. O filho mostrou vídeos e fotos feitos momentos antes e era uma convivência aparentemente normal”, relatou.
“Não podemos crucificar essa mãe. Vamos aguardar”, finalizou Ghiraldo.
A mulher foi encaminhada à Penitenciária Feminina de Criciúma.