A Caixa Econômica Federal, responsável por quase 70% dos financiamentos imobiliários do Brasil, anunciou nesta sexta-feira (10) que voltará a financiar até 80% do valor da casa própria por meio do Sistema de Amortização Constante (SAC). Nesse modelo, as parcelas são maiores no início e diminuem ao longo do tempo devido à redução progressiva dos juros.
O anúncio foi feito durante cerimônia de lançamento do novo modelo de crédito, em São Paulo, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Jader Filho (Cidades), além do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e dos presidentes da Caixa, Carlos Vieira, e do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Desde novembro do ano passado, a cota máxima de financiamento da Caixa era de 70% do valor do imóvel, alegando limite de capacidade. Com a mudança, o presidente da Caixa, Carlos Vieira, afirmou que a ampliação para 80% foi possível graças às alterações nas regras do uso do FGTS e da poupança.
O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou que o novo modelo permitirá financiar cerca de 80 mil unidades a mais até o fim do próximo ano, o que deve injetar pelo menos R$ 20 bilhões na economia em recursos para financiamentos imobiliários.
Modernização do financiamento habitacional
O governo anunciou também a modernização do modelo de captação de recursos pelos bancos para financiamentos habitacionais dentro do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Segundo o Planalto, a medida vai ampliar o crédito habitacional, principalmente para operações dentro das regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), beneficiando a classe média e incentivando o setor da construção civil e a geração de empregos.
Entre as mudanças, o valor máximo de financiamento pelo SFH passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Além disso, a aplicação da poupança como fonte de crédito será maximizada: quanto mais depósitos forem feitos, mais recursos estarão disponíveis para financiamentos habitacionais.
Com a medida, espera-se uma expansão gradual da oferta de crédito imobiliário no país, estimulando tanto o mercado habitacional quanto a economia de forma mais ampla.