Saiu a sentença dos criminosos que promoveram, em Criciúma, o maior roubo a banco da história do país

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27/11/2024 11h29 - Atualizado em 27/11/2024 às 11h29
5 Min

Saiu a sentença dos criminosos que promoveram, em Criciúma, o maior roubo a banco da história do país
Arquivo/Reprodução

Saiu a sentença dos envolvidos no considerado maior assalto a banco da história do Brasil, que ocorreu em Criciúma. Aliás, a ação criminosa completa quatro anos no próximo domingo (1º). 

Um dia que não sairá da memória de muitos criciumenses, do cabo Jeferson Luiz Esmeraldino, de uma tropa cercada, de uma cidade sitiada.

Segundo a sentença que foi divulgada pelo delegado regional de Polícia Civil, André Milanese, os autores diretos da ação foram condenados a penas que somam de 36 a 50 anos de prisão.

Outras pessoas que integravam a organização criminosa, que auxiliaram na ação, foram sentenciadas a nove anos cada (confira os detalhes abaixo).

Relembre

Aquela segunda-feira se despedia, por volta das 23h50min, quando dez veículos de luxo – de Land Rover a BMW -, cercaram as dependências do quartel da Polícia Militar no bairro Próspera, onde é a sede do 9º Batalhão de Polícia Militar e a 6ª Região de PM, que é responsável por 27 municípios das regiões, Carbonífera e Extremo Sul catarinense.

Um plano audacioso. Ao contrário de muitas cidades pequenas e apesar de Criciúma ter cerca de 230 mil habitantes, o quartel é considerado um dos mais modernos e extensos do estado. Lá fica também a Central Regional de Emergências, também sede do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Após cercarem o local, efetuando dezenas de disparos e ainda incendiando um caminhão no portão de acesso, eles seguiram – ou parte deles -, para o alvo principal: à agência do Banco do Brasil, no coração da cidade, na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Lauro Müller. Quem passar por lá, ainda encontra algumas marcas. Rua que deixou apenas de ser a Getúlio Vargas para ser o palco da maior ação criminosa de Santa Catarina.

Dali, foram duas longas horas, madrugada à dentro. Muitos tiros, explosões, cinco reféns, que não se feriram, e a tentativa de render quem passasse pelo local. Ao menos, conforme os registros, eles alvejaram dois veículos que transitaram no entorno, um deles de uma empresa de vigilância. À época, falava-se que o vigilante também poderia ter sido alvejado, o que não ocorreu. O outro motorista também saiu ileso. Ficou o susto e a história para contar.

Despedida debochada

Após desfilarem com seus potentes armamentos e escalarem até prédios, com o dinheiro em mãos, eles deixaram, nos mesmos veículos de luxo, a área central da cidade. Sem alarde.

Sem velocidade típica de fuga. Ligaram os piscas-alerta e “desfilaram”, parecendo comemorar o plano, que parece, até aquele momento, ter dado certo. Deixaram cédulas para trás, recolhidas por alguns moradores. Quatro eles foram presos com R$ 810 mil. Outros R$ 300 mil foram apreendidos pela polícia.

Prisões

Com a saída, para evitar o confronto, em seguida, as forças policiais dominaram o local. Lá, os primeiros trabalhos investigativos davam início. Perícia, troca de informações, mobilização, apreensões. Quem mora em Criciúma se acostumou com os rasantes de helicópteros. Dez veículos usados, pintados de preto, e de forma amadora, foram encontrados em um milharal no bairro Picadão, em Nova Veneza, a menos de 20 quilômetros de Criciúma. Dali, novas pistas.

Um comprovante de abastecimento em um posto de combustíveis de Campinas (SP), deixado dentro de um dos carros, levou a prisão de um casal, por exemplo.

Agravantes 

O roubo cometido teve diversas causas de aumento de pena previstas no Código Penal, como o concurso de agentes, vítimas mantidas reféns, emprego de armas de fogo de calibres proibidas, uso de explosivos, além dos crimes de dano ao patrimônio público, de incêndio e de organização criminosa.

Situação ainda mais grave também atribuída aos criminosos refere-se às sérias lesões causadas ao policial militar Jeferson Luiz Esmeraldino, alvejado durante a ação, que faz o crime ser classificado como latrocínio.

“Domínio de cidade”

A ação ocorrida em Criciúma é chamada de “domínio de cidade” e foi o maior roubo da história no Brasil, sendo levados R$ 125 milhões.

“O crime de roubo exige a ameaça e violência contra determinadas pessoas, diferentemente do furto, onde apenas são levados valores, sem que a vítima seja atacada. No Brasil, foram levados valores superiores apenas nos furtos ao Banco Central de Fortaleza, em 2005, de onde subtraíram R$ 164 milhões, e quando foram arrombados 170 cofres do Banco Itaú, em São Paulo, em 2011, estimando-se em R$ 500 milhões, entre joias e dinheiro”, explicou a corporação.

Esmeraldino, o grande herói

Uma corrente de esperança, solidariedade, fé, torcida e admiração. O cabo Jeferson Luiz Esmeraldino, reformado por incapacidade física, foi promovido por ato de bravura.

O policial foi baleado com um tiro de fuzil no abdômen pelos criminosos. Naquele momento, o grupo cercava o batalhão e a guarnição de Esmeraldino deslocava em apoio.

O policial ficou um pouco mais de dois meses internado e segue se recuperando em casa, em Tubarão.


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