A mulher acusada de dopar, matar o companheiro e esconder o corpo dele dentro de um freezer em Santa Catarina foi presa preventivamente dois anos após o crime, descoberto em 19 de novembro de 2022. A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi cumprida no sábado (31), segundo o Ministério Público de Santa Catarina, responsável pelo recurso.
Claudia Tavares Hoeckler confessou o crime e chegou a ficar detida entre novembro de 2022 e agosto de 2023, quando teve a liberdade concedida sob condição do uso de tornozeleira. O assassinato de Valdemir Hoeckler aconteceu em Lacerdópolis, no Oeste.
Ele tinha 52 anos e foi achado na residência em que o casal vivia após ficar cinco dias desaparecido. A denúncia descreve que Claudia dopou o marido, amarrou os pés, pernas e braços dele e o asfixiou com uma sacola.
Na época, a mulher se entregou à polícia. Ela e a defesa afirmam que a morte foi motivada por sucessivos episódios de violência doméstica, com agressões físicas, psicológicas e financeiras ao longo de mais de 20 anos.
O MPSC informou que recorreu ao STJ, pedindo novamente pela prisão, sob o argumento de que "mesmo que estivesse supostamente vivendo em um ambiente de violência doméstica e familiar (ponto ressaltado pela defesa), há evidente desproporcionalidade entre tal contexto e o crime praticado contra o cônjuge".
A autorização da prisão ocorreu na sexta-feira (30), após o STJ aceitar de forma monocrática pedido de prisão feito pelo MPSC ainda em agosto de 2023. A decisão cabe recurso.
Lesões no corpo
Na época do crime, Claudia foi até a delegacia e prestou depoimento. Na ocasião, conforme o delegado Gilmar Antônio Bonamigo, não era considerada suspeita. No entanto, os policiais perceberam ferimentos pelo corpo dela, "possivelmente de uma luta corporal".
Tribunal do júri
Claudia irá à júri popular, conforme determinou a Justiça de Santa Catarina. Ela responde por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. As qualificadoras são asfixia e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O processo tramita em segredo e a data de sessão do tribunal do júri ainda não foi marcada.