A possibilidade de uma nova paralisação nacional dos caminhoneiros voltou ao centro do debate após a operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro, na última sexta-feira (19).
Para parte da categoria, a ação foi considerada a “gota d’água” diante de um cenário de insatisfação crescente.
O deputado federal Zé Trovão (PL-SC), ligado à categoria, afirmou nas redes sociais que vem sendo pressionado a articular uma mobilização.
Ele se reuniu na segunda-feira (21), em Brasília, com lideranças do setor, representantes do agronegócio e parlamentares de direita para discutir o tema.
“Se todos entenderem que é o momento de uma paralisação, eu estarei na pista junto com eles”, declarou o deputado antes do encontro.
Apesar da movimentação, entidades representativas ainda divergem quanto à adesão. O presidente da Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos do Porto de Santos (CCAPS) afirmou que não há paralisação prevista.
“Não vamos parar nada, a não ser que o governo descumpra o que prometeu em outubro de 2024”, disse.
Por outro lado, o presidente da Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas (ACTRC) indicou que uma decisão coletiva pode levar parte da categoria à adesão.
“Se o povo decidir que esse é o caminho, estaremos com o povo ou seremos parados por uma guerra ideológica”, afirmou.
Lembrança da greve de 2018
A discussão reacende o temor de um novo movimento como o de 2018, quando caminhoneiros pararam por dez dias em protesto contra o aumento do diesel.
A greve causou desabastecimento de combustíveis, alimentos e diversos transtornos logísticos em todo o país.
Até o momento, nenhuma paralisação foi confirmada, mas o debate permanece em aberto entre lideranças do transporte.