Heroísmo e legado que permanecem: Filho de policial morto no assalto à Unibanco se prepara para ser PM; VÍDEO

“A mesma farda que meu pai honrou até o fim será a mesma que vestirei com orgulho e entrega total”, disse

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Por Talise Freitas
31/07/2025 10h45 - Atualizado há 1 dia
4 Min

Heroísmo e legado que permanecem: Filho de policial morto no assalto à Unibanco se prepara para ser PM; VÍDEO
Arquivos/Divulgação

O legado permanece. Em breve a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) contará com mais um herói: este em específico, de uma forma um pouco mais que especial.

Aos 29 anos, o jovem Domingos, de Criciúma, aluno-soldado da PMSC, inspirado pelo pai, realiza o curso de formação de praças da corporação.

Ele é filho do cabo Joel Domingos, morto aos 31 anos por criminosos que assaltaram o extinto Unibanco, na tarde de 26 de agosto de 2003, na Avenida Centenário, área central de Criciúma.

O cabo Joel chegou a ser internado, mas a luta pela vida durou até o dia 9 de setembro daquele ano, quase 15 dias depois do roubo.

Na ação também veio a óbito o cabo Sérgio Buratti, de 40 anos.

O cabo Burati e o cabo Domingos, somavam 19 e oito anos de serviços prestados à PM, respectivamente. Eles integram a galeria de rol de heróis do 9º Batalhão de Polícia Militar de Criciúma.

O crime, naquela tarde de terça-feira, protagonizado por uma quadrilha interestadual fortemente armada, deixou um rastro de medo na cidade e mudou a segurança das agências bancárias na região.

Além de duas armas dos vigilantes e do celular de uma funcionária, a quadrilha levou a vida dos soldados, promovidos a cabo após a morte. O assalto também resultou em quatro pessoas feridas, mas sem gravidade.

A ação deixou ainda outro policial ferido. O cabo Marlon Bússolo, aos 38 anos, foi atingido no ombro e sobreviveu.

Ele era motorista da viatura, e, bastante abalado com a situação, aposentou-se logo depois.

A maior tragédia 

O aluno-soldado Domingos tinha apenas oito anos quando perdeu o pai.

“A maior tragédia da minha vida. Cresci admirando meu pai e tendo ele como herói. Ter um pai policial é motivo de muito orgulho”, disse.

Mesmo com a infância marcada pela tragédia, o sonho de ser policial continuou em seu coração.

“Quando iniciei o estudo para o concurso houve um impacto em minha família devido ao fato ocorrido. Ser aprovado foi uma grande conquista, mas também a realização de um sonho, uma missão de vida e uma homenagem ao meu pai. É como se ele estivesse presente, guiando-me para seguir o legado dele. A mesma farda que meu pai honrou até o fim será a mesma que vestirei com orgulho e entrega total”, ressaltou.

Assista ao vídeo: 

A ocorrência

Os então soldados Burati e Domingos e o cabo Marlon Bússolo chegaram na ocorrência de viatura, um furgão, do setor de trânsito, pela parte da frente da agência, posicionando-se atrás da plataforma de ônibus, que serviria de escudo, caso houvesse a reação dos bandidos.

E houve. Eles nem imaginavam que, em cima da plataforma, dois homens armados com fuzis camuflados dentro de capas de violão e guitarra, que faziam a função de “olheiros”, atirariam contra os militares.

Ao sair da viatura, o soldado Burati foi alvejado na nuca, não resistindo ao ferimento.

Domingos, também alvejado, foi encaminhado pelos bombeiros ao hospital, onde veio a óbito duas semanas depois.

Imediatamente após o confronto com a polícia, com mais de 200 tiros, os criminosos fugiram em uma camionete Ranger preta, que havia sido tomada de assalto três dias antes em Sombrio e que foi encontrada abandonada depois no bairro Santo Antônio.

Sentença

Em 2007, oito criminosos, presos em diversas regiões do país, foram condenados. As penas chegaram a 29 anos de prisão.

Outros cinco envolvidos, que teriam participação no crime, ainda não teriam sido identificados.

A sentença foi proferida pelo juiz Rubens Salfer e, a investigação, pelo delegado Carlos Emílio da Silva. O processo já está arquivado.


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