Criciúma recebeu seus primeiros colonizadores no dia 6 de janeiro de 1880. A grande leva de imigrantes que aqui desembarcou se instalou às margens do rio Cresciúma para construir seu pequeno povoado, onde se instalaram vinte e duas famílias do grupo de imigrantes italianos, formando uma vila.
As famílias pioneiras, que aqui se instalaram são dos seguintes sobrenomes: Barbieri, Benedet, Biléssimo, Casagrande, Dário, Darós, De Luca, Martinello, Meller, Milanez, Milioli Netto, Ortolan, Pavan, Piazza, Pierini, Pizetti, Scotti, Sônego, Tomé, Venson e Zanette. Alguns anos depois chegaram mais duas levas de imigrantes com novas famílias que se colocaram na região do Rio Maina e Primeira Linha.
Neste período esta região pertencia a Araranguá e com a chegada deste número significativo de pessoas, na época, Criciúma foi elevada à categoria de distrito do município de Araranguá
Após se estabelecerem na região, os imigrantes italianos enfrentaram muitos desafios, como a construção de moradias e o cultivo da terra para garantir sua sobrevivência. A convivência com os povos indígenas, já presentes no local, foi marcada por confrontos. Apesar disso, estes primeiros imigrantes contribuíram significativamente para o desenvolvimento de Criciúma, deixando como legado costumes e tradições que ainda fazem parte do cotidiano da cidade. Entre elas, podemos destacar a força do trabalho e espírito empreendedor, além de alguns costumes e a fé. Esta, que inclusive, deu origem ao nome da vila de Criciúma, no início chamada de Vila São José, devido a devoção do grupo de imigrantes italianos à São José.
Depois dos italianos chegaram os poloneses em 1890 e 1891, se instalando nas localidades da Linha Batista, Linha Anta, Linha Cabral e Linha Três Ribeirões. Os alemães também vieram, em 1890 e se instalaram na Linha Anta e Linha Três Ribeirões.
O primeiro português a chegar nestas terras foi Nicolau Souza Machado, em 1905. Ele foi o primeiro professor brasileiro a habitar estas terras quando Cresciúma ainda era distrito de Araranguá. Ele também foi quem abriu a primeira farmácia. Depois vieram Jorge de Cunha Carneiro e Moacyr Jardim de Menezes que se destacaram no trabalho de educação e na área do carvão. Já os árabes chegaram a Criciúma em 1922, com destaque para Habib Boulos, que teve seu nome aportuguesado para Abílio Paulo. Ele se casou com Cândida Rovaris, filha do ex-prefeito Marcos Rovaris. Anos depois, outros árabes se estabeleceram na cidade, contribuindo principalmente com o comércio de tecidos e tapetes e construindo uma mesquita próxima ao paço municipal.
A história de Criciúma é marcada pela diversidade étnica. Povos de diferentes origens contribuíram com suas tradições, costumes e modos de vida, formando uma identidade cultural única que se reflete na cidade até hoje.
A descoberta do carvão mineral por volta de 1893 em Criciúma, foi um marco que alterou os rumos da cidade. A partir dali, o município deu início a um processo acelerado de desenvolvimento, tornando-se um dos principais polos econômicos de Santa Catarina, impulsionado pela atividade carbonífera.
Com o crescimento da mineração, surgiu a necessidade urgente de mão de obra especializada. Os espanhóis, já experientes na extração de carvão, foram fundamentais nesse processo. Os primeiros chegaram por volta de 1913, eram 16 homens solteiros, contratados para atuar nas minas da Companhia Brasileira Carbonífera de Araranguá (CBCA). Instalaram-se em uma república cedida pela própria mineradora, e ali começaram a traçar sua trajetória.
Além dos imigrantes europeus, a história de Criciúma também foi marcada pela presença da população negra que chegaram por volta de 1910 para trabalhar na exploração do carvão e construção de estradas. Fixaram inicialmente residência nos bairros Santo Antônio e Operária, hoje, Santa Bárbara.
Este mineral precioso descoberto como pedra preta era o principal combustível na época: movimentava trens e a indústrias de todo o país, além de barcos e embarcações. Criciúma se destacou como um dos maiores polos carboníferos do Brasil, atraindo trabalhadores do Brasil e do mundo e impulsionando a economia local.
Muitas famílias da cidade começaram a se organizar e montar suas próprias minas. A demanda era crescente e faltava mão de obra. O carvão foi o grande responsável pelo crescimento exponencial de Criciúma. Depois vieram grandes Carboníferas, jazidas e todas as especialidades em torno da extração do mineral. Mas isso, vamos compreender melhor no decorrer destas matérias.
Com o crescimento econômico e populacional da localidade nas primeiras décadas do século XX, surgiram em Criciúma figuras que articularam a separação do então distrito de Araranguá. À frente desse processo estavam o coronel Marcos Rovaris e o empresário Pedro Benedet, que instalaram, em 1924, a Comissão Pró-Emancipação.
O trabalho da comissão ganhou força, e em 4 de novembro de 1925, o Palácio do Governo, em Florianópolis, aprovou e o governador interino, coronel Antônio Pereira da Silva e Oliveira, sancionou a Lei Estadual nº 1.516. O diploma elevou o distrito à categoria de município sob o nome de “Cresciúma”, grafia original, e no mesmo ato, criou a Comarca de Urussanga.
Registros da Câmara Municipal e da Enciclopédia dos Municípios indicam que o novo município abrigava cerca de 8,5 mil habitantes, número já expressivo para os padrões regionais daquele período. A instalação solene ocorreu em 1.º de janeiro de 1926, marcando o início da trajetória político-administrativa que transformaria Criciúma em um dos principais polos econômicos do Sul catarinense.
A cerimônia de instalação oficial do novo município de Criciúma aconteceu em 1.º de janeiro de 1926, marcando definitivamente sua emancipação política e administrativa. Como exigia a legislação da época, o governador de Santa Catarina designou um superintendente provisório para liderar a cidade até a primeira eleição municipal. O nome escolhido foi, Coronel Marcos Rovaris, grande articulador do movimento emancipacionista.
Logo em seguida, Marcos Rovaris foi aclamado pela população como o primeiro prefeito eleito de Criciúma, enquanto Pedro Benedet assumiu a presidência do então Conselho Municipal, equivalente à atual Câmara de Vereadores.
A data entrou para a história como um dia de festa e esperança. A cidade foi especialmente preparada para a ocasião: ruas limpas, bandeiras, enfeites e a estação ferroviária em clima de recepção. A chegada das autoridades e de convidados importantes da região foi recebida com entusiasmo pela população, que compareceu em peso para celebrar o novo tempo que se anunciava.
Quem ficou responsável por animar a festa foi a banda de Imbituba que tocou o Hino Nacional, assim como várias músicas durante o cerimonial. Foi um festejo que durou até a madrugada.
Entre os nomes que participaram ativamente desse momento histórico estavam figuras importantes da sociedade local como: Antonio Silva, Pedro Benetton, Celeste Zilli, Domingos Bristot, Fábio Silva, Nicolau Machado, Vicente Guidi, Augusto Casagrande, entre outros. Eles representavam as famílias pioneiras e os grupos que contribuíram para a organização política e administrativa do novo município.
Com o passar dos anos, a cidade foi crescendo e diversificou sua economia, investindo em setores como o comércio e a indústria, pilares fundamentais da economia criciumense.
Assim, Criciúma combina história, cultura e desenvolvimento econômico. Desde suas origens humildes até se tornar o mais importante polo do sul Catarinense, a cidade continua a crescer e se adaptar às novas demandas do século XXI, mantendo suas tradições e identidade.
Ao longo deste ano, vamos conhecer um pouco mais sobre a nossa própria história. Acompanhe conosco essa jornada de memória e celebração.