De colônia italiana a polo industrial, Criciúma ultrapassa 225 mil habitantes em 2025 e consolida-se como referência econômica, educacional e de saúde no Sul de Santa Catarina.
Localizada no sul de Santa Catarina, Criciúma possui uma história marcada pela imigração, desenvolvimento econômico e transformação política que culminaram em uma cidade em rico desenvolvimento demográfico.
Ao comemorar seu centenário de emancipação político-administrativa, Criciúma celebra também a força de seu povo e o ritmo constante de crescimento que transformou uma pequena colônia italiana em uma das cidades mais relevantes de Santa Catarina.
Quando se tornou município, em 4 de novembro de 1925, Criciúma contava com cerca de 8.500 habitantes. Hoje, a estimativa populacional supera os 225 mil moradores, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística).
O IBGE é o órgão oficial do governo federal responsável por coletar, analisar e divulgar dados estatísticos, geográficos e socioeconômicos do Brasil. Entre as pesquisas há o Censo Demográfico que é aplicado a cada 10 anos com visita a todos os domicílios do país. Em 2020, devido a pandemia do COVID 19 o censo foi cancelado e aplicado em 2022.
Para Criciúma, o censo 2022 apresenta o número oficial de 214.493 habitantes, e estimativa de 225.281 habitantes em 2024. Uma cidade em pleno crescimento populacional. Essa evolução é resultado direto do trabalho coletivo de famílias imigrantes, do avanço industrial e da infraestrutura que consolidou Criciúma como um polo de oportunidades.
Fundação e Colonização, o início do crescimento populacional
A história demográfica de Criciúma começa em 6 de janeiro de 1880, com a chegada de 141 imigrantes italianos, principalmente da região do Vêneto. Instalaram-se em lotes de terra na então chamada Vila São José e, logo, iniciaram o desmatamento, o cultivo da terra, a construção de moradias e de estruturas coletivas, como escolas e capelas.
Famílias como, Rovaris, Benedet, Milanez, Zanette, Miliolli, De Luca, Casagrande, entre outras, não apenas povoaram a região, mas fundaram as bases sociais, econômicas e políticas do município, que se emanciparia décadas depois. A organização comunitária, o trabalho em mutirão e o espírito religioso moldaram o perfil da cidade.
Emancipação e os pilares do desenvolvimento
A emancipação de Criciúma, em 1925, coincidiu com um período de transformação econômica: a mineração de carvão, iniciada em 1914, ganhava força com a chegada da Estrada de Ferro Dona Thereza Christina, permitindo o escoamento da produção para o Porto de Imbituba. O carvão se tornaria o motor inicial da economia local, atraindo imigrantes de outras regiões e impulsionando o crescimento urbano.
A partir da década de 1950, outra vocação da cidade começou a se consolidar: a indústria cerâmica, baseada nas jazidas de argila da região. Empresas como Cecrisa, Cesaca, e Portinari projetaram Criciúma, nacionalmente, como a ‘Capital Brasileira do Revestimento Cerâmico’. Essa nova fase industrial promoveu a urbanização, a abertura de bairros e a geração de milhares de empregos.
Fatores que impulsionaram o crescimento
Diversos elementos históricos contribuíram para o avanço populacional de Criciúma ao longo dos 100 anos, dentre os quais se destacam:
Mineração de carvão: início da exploração em larga escala na década de 1910-1920, principal motor inicial da economia local, que atraiu imigrantes de várias regiões do Brasil.
Industrialização cerâmica e de plásticos: a partir da década de 1950, a indústria transformou Criciúma em referência nacional, consolidando a cidade como polo de emprego e inovação com uma população estimada de 50.854 habitantes.
Infraestrutura de transporte: construção de estradas e ferrovias, como a BR-101 e a linha férrea, facilitou o escoamento da produção e a chegada de novos moradores e investimentos.
Educação e saúde: o município tornou-se polo regional com a criação da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) e hospitais de excelência, como o São José, Criciúma se tornou centro regional de ensino e atendimento médico.
Diversificação econômica e expansão urbana: nos anos 2000 a cidade já contava com 170.420 habitantes e em 2022 um salto para 214.493 habitantes, a cidade diversificou sua economia, fortalecendo setores como: comércio, serviços, tecnologia e inovação, com novos bairros planejados e investimentos em habitação.
Evolução da população criciumense conforme IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística).
Um legado que permanece
O crescimento da população criciumense é reflexo direto de sua história, uma cidade moldada por imigrantes, movida pelo trabalho e guiada pela fé e pelo espírito coletivo. Os sobrenomes das famílias pioneiras estão presentes nas ruas, nos bairros e nas instituições.
O legado dos desbravadores desta pujante terra permanece vivo não apenas na memória, mas também nas oportunidades que a Criciúma moderna continua a oferecer para novas gerações.