A história da saúde pública em Criciúma é marcada por avanços importantes, que acompanham o próprio desenvolvimento da cidade. Desde os tempos da imigração italiana até os dias atuais, a preocupação com o bem-estar da população sempre esteve presente, mesmo diante das limitações de cada época.
Saúde nos primeiros tempos: fé, ervas e solidariedade
Desde o início de sua colonização, a partir de 1880, os cuidados com a saúde em Criciúma eram rudimentares. Sem hospitais ou médicos residentes, os imigrantes recorriam a rezadeiras, parteiras, benzedores e ao uso de ervas medicinais para tratar doenças e auxiliar em partos. A fé também era um elemento central: promessas e orações eram práticas comuns em tempos de enfermidade.
Alguns médicos viajantes eventualmente passavam pela região, mas o atendimento era raro. Era comum que, em casos graves, os doentes precisassem se deslocar para outras cidades.
Hospital São José
O início da saúde pública em Criciúma
A trajetória da saúde em Criciúma começou de forma modesta no início do século XX. Sem hospitais ou postos médicos estruturados para atendimento à população. Essa realidade começou a mudar em 1932, com a criação do primeiro Hospital Municipal, instalado em um prédio arrendado que pertencia à família Fábio Silva, hoje, ao lado do Banco Santander, na Avenida Centenário.
A iniciativa de implantação da unidade partiu de figuras importantes da época, como Frederico Minatto, Pedro Benedet, Raymundo Pucker, Marcelo Lodetti e Cincinato Naspolini. Apesar da estrutura simples, o hospital foi um marco importante para o atendimento à população.
Com o término do contrato de arrendamento, surgiu a necessidade de uma sede própria. Coube ao prefeito Elias Angeloni, junto a colaboradores, liderar a construção de um novo hospital. A doação simbólica de um terreno por Clara Catarina Serafim de Lucca, viúva de Antônio de Lucca, em 1934, viabilizou o projeto no local onde hoje está instalado o Hospital São José.
A inauguração da nova estrutura ocorreu em 8 de novembro de 1936. O hospital contava com 15 quartos e cinco cômodos funcionais, incluindo sala de operações, curativos, visitas e até uma capela. A construção foi financiada com recursos arrecadados por meio de uma taxa de 10% sobre os impostos municipais e doações dos munícipes.
Na mesma época, teve início também a atuação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, uma congregação católica, recém chegada ao Brasil e instaladas no então distrito de Forquilhinha. Mesmo sem experiência na área da saúde, elas aceitaram o convite do prefeito, Elias Angeloni, para assumir a gestão e os cuidados com os pacientes do hospital. A partir dali, o Hospital São José consolidou-se como uma instituição filantrópica, de caráter privado e de utilidade pública, com papel fundamental na assistência hospitalar à cidade.
Hospital São João Batista
O Hospital São João Batista teve suas origens como Hospital Infantil e Maternidade São João Batista Ltda. A construção foi iniciada por Dr. Tomaz Reis Melo, em sociedade com outros médicos cotistas, mas a conclusão e inauguração da unidade, em 1º de agosto de 1963, foram realizadas pelo Grupo Freitas / Guglielmi.
Inicialmente voltado ao atendimento infantil, o hospital contou com o apoio essencial das Pequenas Irmãs da Divina Providência, a mesma congregação responsável pelo Colégio Madre Tereza Michel, que prestou auxílio nas atividades hospitalares por quase 15 anos. Os atendimentos eram realizados de forma particular e por meio do sistema público de saúde, que mais tarde daria origem ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A expansão da estrutura começou em 1967. Um novo prédio, com formato poliédrico, com oito faces, foi erguido ao lado do original, conectando-se a ele. As ampliações foram sendo inauguradas conforme eram concluídas, encerrando-se em 1978 com a entrega de um centro cirúrgico no quinto andar.
Em 1969, a sociedade original foi desfeita e o hospital passou a ser propriedade exclusiva do Grupo Guglielmi. Com a posterior aquisição do Hospital Santa Catarina, que atendia o público infantil, o hospital reestruturou seu atendimento e passou a atuar como clínica geral. Assim, retirou os termos “Infantil” e “Maternidade” da razão social, adotando o nome Hospital São João Batista Ltda.
O atendimento via sistema público de saúde foi mantido até dezembro de 1997, quando, diante das dificuldades nos repasses governamentais, o grupo optou por encerrar os convênios e focar no atendimento particular e por meio de planos de saúde.
Em setembro de 2019, teve início uma nova fase: o hospital passou a ser administrado pela Unimed, que posteriormente adquiriu a instituição. Desde então, o Hospital São João Batista integra a rede própria do grupo Unimed, mantendo sua atuação até os dias atuais.
Ao longo de mais de seis décadas, o Hospital São João Batista consolidou-se como referência em saúde na região Sul de Santa Catarina. Do impulso visionário de Santos Guglielmi, em 1963, à moderna estrutura atual, o hospital segue escrevendo sua história com dedicação e compromisso com a vida.
Hospital Materno-Infantil Santa Catarina
O Hospital Santa Catarina, teve sua origem em 13 de dezembro de 1962, fundado pelo médico Dr. Dino Gorini, em sociedade com outros profissionais e empresários da cidade, entre eles Manif Zacharias, Carlos Deslandes, João Conrado Leal e Naby Zacharias.
Em 1966, a administração do hospital passou para o Grupo Guglielmi, que já gerenciava o Hospital São João Batista. Embora a alteração contratual só tenha sido formalizada em 28 de abril de 1972, o grupo planejava inicialmente transformar a unidade em um hospital psiquiátrico. No entanto, como Criciúma já contava com um hospital para doenças mentais no bairro Rio Maina, optou-se por direcionar o hospital para atendimento pediátrico.
A partir de fevereiro de 1981, após diversas reformas e aquisição de equipamentos, o Hospital Santa Catarina passou a atuar como casa de atendimento infantil, atendendo crianças recém-nascidas até os 12 anos, com cobertura da previdência pública.
Em fevereiro de 1997, o hospital enfrentou uma grave crise financeira provocada pelo atraso nos repasses do governo federal, o que comprometeu a qualidade do atendimento. Diante desse cenário, a direção optou pelo encerramento das atividades.
No ano seguinte, 1998, o município de Criciúma, sob a gestão do prefeito Paulo Meller e da vice-prefeita Maria Dal Farra Naspolini, adquiriu o prédio e assumiu a gestão da unidade.
Já em 2017, na gestão do prefeito Clésio Salvaro, a administração foi transferida ao Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (IDEAS). Em 2 de janeiro de 2018, o hospital foi oficialmente cedido ao Governo do Estado de Santa Catarina, em regime de comodato, transformando-se no Hospital Materno-Infantil Santa Catarina, com a implantação da maternidade. O IDEAS permaneceu como entidade gestora, função que exerce até os dias atuais.
Ao longo dos anos, o Hospital Materno-Infantil Santa Catarina passou por sucessivas ampliações e recebeu importantes investimentos públicos. Um marco foi a implantação da maternidade, em 2018, fruto do trabalho incansável do prefeito Clésio Salvaro junto ao governo do estado, consolidando a instituição como referência regional no atendimento materno-infantil e em procedimentos de alta complexidade.
Hospital Unimed
Inaugurado em 25 de julho de 2008, o Hospital Unimed Criciúma completou, em 2025, 17 anos de atuação no setor hospitalar da região Sul de Santa Catarina. O projeto nasceu da iniciativa dos médicos cooperados da Unimed, com o objetivo de ampliar o acesso da população a serviços de saúde com estrutura própria e padrão de qualidade diferenciado, atendendo pacientes conveniados e particulares.
Com uma estrutura voltada para o atendimento de média e alta complexidade, o hospital investiu ao longo dos anos em tecnologia, capacitação de equipes e ampliação de serviços. Embora vinculado ao sistema Unimed, também presta atendimentos fora da carteira do plano, contribuindo para o desafogamento de outras unidades hospitalares do município.
Hoje, o Hospital Unimed integra o conjunto de instituições que compõem o polo regional de saúde de Criciúma, atendendo uma população que ultrapassa os limites do município e alcança diversas cidades vizinhas.
UPAs e Pronto Atendimento 24h em Criciúma: uma rede que cresce com a cidade
Criciúma tem investido fortemente na saúde pública nos últimos anos, com destaque para a estruturação e expansão das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), um marco na administração do prefeito Clésio Salvaro. As quatro unidades que atendem as necessidades do município foram implantadas em sua gestão e ampliam o acesso da população ao atendimento de urgência e emergência, 24 horas por dia, todos os dias da semana.
UPA Dr. Antônio Carlos Althoff - Bairro Próspera. Inauguração em 29 de junho de 2018.
UPA José Marcomin – Distrito Rio Maina. Inauguração em 18 de fevereiro de 2022.
Pronto Atendimento 24H Dalbi José Sebastiana - Bairro Boa Vista. Inauguração em 15 de junho de 2024
Centro Clínico Maria Schimit (Hospital Dia) - Bairro Santa Luzia. Inauguração em 02 de dezembro de 2024
Complexo de Saúde Santo Agostinho
Inaugurado em 24 de agosto de 2023 pelo prefeito Clésio Salvaro, o complexo ocupa o antigo Hospital Psiquiátrico do Rio Maina, já utilizado como retaguarda na pandemia e como centro de reabilitação pós‑Covid. O espaço de 4.000m² funciona como um centro multiprofissional de saúde para toda a cidade de Criciúma e reúne dezenas de serviços em um só lugar, tais como:
As Unidades Básicas de Saúde de Criciúma
Criciúma conta atualmente com 46 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) distribuídas estrategicamente pelos bairros do município. Essas unidades funcionam como porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo atendimento gratuito e contínuo à população. O foco é na atenção primária, com serviços que vão desde consultas médicas, acompanhamento de gestantes, vacinação, atendimento odontológico, até ações de prevenção e promoção da saúde. Essa capilaridade garante que o cuidado esteja próximo da comunidade, permitindo maior resolutividade dos problemas de saúde e fortalecimento do vínculo entre equipe e paciente.
Saúde ao alcance de todos
Criciúma consolidou-se como um dos principais polos de saúde da região Sul do Brasil, com uma rede estruturada que abrange desde atendimentos básicos até procedimentos de média e alta complexidade.
Hospitais, Centros Clínicos, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) funcionam de forma integrada, garantindo acolhimento, socorro imediato e suporte contínuo à população. Essa atuação articulada reforça o compromisso do município com a saúde coletiva e reafirma sua posição como referência regional no cuidado com a vida.